Prosus, dona do iFood, planeja levantar US$ 2 bi com a venda de participações

Plano faz parte da estratégia do CEO, o brasileiro Fabricio Bloisi, de simplificar a estrutura da companhia que investe em negócios de tecnologia; US$ 780 milhões em participações já foram vendidos nos últimos quatro meses

Fabricio Bloisi, chief executive officer of Prosus NV, during an interview in London, UK, on Monday, Oct. 21, 2024. Bloisi took the reins of South Africa’s Naspers Ltd. and its investment arm Prosus NV in July with a plan to double the value of the 110-year-old group within the next four years. Photographer: Jose Sarmento Matos/Bloomberg
Por Loni Prinsloo
20 de Agosto, 2025 | 01:56 PM

Bloomberg — A Prosus planeja levantar US$ 2 bilhões por meio da venda de ativos, como parte da estratégia do CEO Fabricio Bloisi de simplificar a estrutura da companhia em torno de marcas importantes.

A empresa investidora em negócios de tecnologia, que é listada na Euronext, já levantou US$ 780 milhões com a venda de participações nos últimos quatro meses, estabelecendo US$ 2 bilhões como meta de curto prazo, disse Bloisi em sua assembleia geral anual de acionistas na quarta-feira (20).

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A Prosus tem vendido um mix de ações listadas e parte de sua participação no aplicativo chinês de entrega de alimentos Meituan, informou a Bloomberg anteriormente.

No Brasil, o grupo é controlador do iFood, por meio da Movile, da qual Bloisi foi um dos fundadores.

Bloisi tem reduzido o vasto portfólio da empresa para dar ao investidor mais controle sobre um conjunto menor de ativos.

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A Prosus, sediada em Amsterdã e subsidiária da Naspers, da África do Sul, quer evoluir do investimento primário em tecnologia para a construção de plataformas de comércio eletrônico de estilo de vida com foco na América Latina, Europa e Índia.

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A Prosus recebeu autorização das autoridades europeias de concorrência para adquirir a empresa holandesa de entregas Just Eat Takeaway.com, em troca da venda de sua participação de 27% na rival alemã Delivery Hero.

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Bloisi disse que a conclusão antecipada do negócio poderia aumentar a receita da Prosus para até US$ 9,6 bilhões no exercício financeiro de 2026, em comparação com US$ 6,2 bilhões em 2025.

A Prosus registrou lucro pela primeira vez sob a nova estratégia de Bloisi, que se concentra em dobrar o valor de mercado do grupo até meados de 2028. As ações subiram 65% no último ano, avaliando a empresa em cerca de US$ 181 bilhões.

A Prosus espera que três empresas indianas do portfólio - Meesho, Captain Fresh e Urban Company - abram seu capital nos próximos 12 meses.

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A empresa trabalha para reduzir os impactos de seu investimento inicial na Tencent Holdings, da China, por meio de sua controladora Naspers.

O valor da participação cresceu tão rapidamente que distorceu o preço das ações da Prosus e criou uma lacuna em relação a seus outros negócios.

Como solução, a Prosus empreendeu o maior programa de recompra de qualquer empresa de tecnologia do mundo, vendendo a participação da Tencent para comprar suas próprias ações.

Isso a ajudou a reduzir a diferença de valor em US$ 13 bilhões, juntamente com uma maior lucratividade em seus negócios de e-commerce.

A Prosus disse que o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em seu negócio de comércio eletrônico foi de US$ 237 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2026, acima da meta e acima dos US$ 157 milhões no mesmo período de 2025.

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-- Com informações adicionais da Bloomberg Línea.

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