Negócio de busca do Google resiste à concorrência com IA no 2º tri e ações sobem

Bloomberg — A empresa controladora do Google, a Alphabet (GOOGL), reportou uma receita acima do esperado no segundo trimestre, impulsionada pela publicidade no seu principal negócio de busca, que está resistindo à nova concorrência dos chatbots de inteligência artificial.

As vendas da Alphabet, excluindo pagamentos a parceiros, foram de US$ 62 bilhões no trimestre, conforme anunciado pela empresa na terça-feira (25) em comunicado.

Os analistas projetavam US$ 60,2 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A publicidade de busca teve um bom desempenho, gerando US$ 42,6 bilhões, em comparação com a estimativa média dos analistas de US$ 42,2 bilhões.

Nesta quarta-feira (26), as ações subiam cerca de 6,5% às 11h (horário de Brasília) em Nova York. Se os ganhos se mantiverem, marcará a maior alta intradiária desde fevereiro.

O negócio principal de busca do Google tem resistido à uma desaceleração na publicidade que afetou mais gravemente as empresas de mídia social, como a Meta Platforms (META) e a Snap (SNAP), nos últimos trimestres.

O produto de busca da empresa também continua dominando, apesar das novas ameaças competitivas da Microsoft e da OpenAI, que se uniram para oferecer uma alternativa chamada ChatGPT, que responde às perguntas dos usuários com respostas conversacionais alimentadas por inteligência artificial generativa.

O chatbot do Google, Bard, ainda não é tão amplamente utilizado.

Evelyn Mitchell-Wolf, uma analista sênior da Insider Intelligence, escreveu em relatório que o crescimento modesto do YouTube e da busca coloca o Google em uma posição forte, enquanto se prepara para defender sua dominância no mercado de publicidade digital.

“O Google tem a vantagem. Tudo o que precisa fazer agora é continuar aumentando as receitas enquanto executa seus planos cuidadosamente elaborados para conduzir os anunciantes e consumidores ao futuro alimentado por IA sem qualquer catástrofe”, escreveu.

O lucro líquido foi de US$ 18,37 bilhões, ou US$ 1,44 por ação, em comparação com a estimativa de Wall Street de US$ 1,32 por ação.

Google busca novo CFO

A empresa também anunciou que a CFO Ruth Porat ocupará um novo cargo de presidente e diretora de investimentos, a partir de setembro. Porat atuará como CFO no próximo mês, enquanto a empresa busca por um substituto. Essa mudança, sem dúvida, tornará Porat a mulher mais poderosa do setor de tecnologia.

“Estou realmente orgulhosa de tudo o que conquistamos”, disse Porat em uma entrevista.

Apesar da mudança de função de Porat, o Google sinalizou que manterá a cultura de disciplina financeira que ela instaurou. A empresa disse que continuará reduzindo o ritmo de contratações e observou que tem alocado equipes em alguns projetos de IA generativa por meio de reatribuições.

A unidade de nuvem do Google gerou um lucro de US$ 395 milhões em vendas de US$ 8,03 bilhões, superando as estimativas dos analistas para um lucro de US$ 163 milhões.

Embora a divisão ainda esteja atrás do tamanho dos negócios em nuvem da Amazon (AMZN) e da Microsoft, esse esforço é considerado uma das maiores apostas do Google para o crescimento, à medida que o negócio de busca amadurece e a demanda por infraestrutura de computação aumenta com os investimentos do setor em IA.

O YouTube relatou vendas de anúncios de US$ 7,67 bilhões, em comparação com a estimativa de Wall Street de US$ 7,4 bilhões. A divisão tem sido a mais suscetível ao recuo dos investimentos dos anunciantes ao longo do último ano. Com isso, seu desempenho acima das estimativas pode ser um bom sinal também para os concorrentes.

As “Outras Apostas” da Alphabet — uma coleção de empresas incipientes, incluindo a de carros autônomos Waymo e a unidade de ciências da vida Verily — geraram US$ 285 milhões em receita no segundo trimestre, ao mesmo tempo em que reduziram suas perdas para US$ 813 milhões.

-- Atualizada às 11h (horário de Brasília) com as cotações do mercado

-- Com a colaboração de Julia Love e Caroline Hyde

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