Eletrobras e governo avançam em acordo por pagamento de R$ 26 bilhões, diz fonte

Negociação envolve o pagamento para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que seria revertido em redução da tarifa de energia para os consumidores

Sede central da Eletrobras, no Rio. Com o acordo, o número de assentos no conselho aumentaria de 9 para 11, sendo que o governo ficaria responsável por três deles
Por Rachel Gamarski - Barbara Nascimento
13 de Abril, 2024 | 09:51 AM

Bloomberg — A Eletrobras (ELET3; ELET6) e o governo federal caminham na direção de um acordo que envolve o pagamento de R$ 26 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que seria revertido em redução da tarifa de energia para os consumidores, um pleito defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto ouvida pela Bloomberg News.

Com o acordo, o número de assentos no conselho aumentaria de 9 para 11, sendo que o governo ficaria responsável por três deles.

A Eletrobras, por sua vez, quer incluir o desinvestimento de sua parte na Eletronuclear, disse a pessoa, que pediu anonimato para tratar de assuntos privados.

Procurada, a Eletrobras não comenta o acordo, que é protegido por confidencialidade.

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As negociações ainda estão em andamento e têm até julho para serem concluídas. Elas ocorrem num momento em que o governo tenta expandir sua influência em algumas das maiores empresas do país.

O governo não tem nenhum assento no conselho da Eletrobras hoje, embora tenha 40% das ações da empresa de energia. Qualquer acordo terá que ter a benção de Lula e a aprovação do conselho da Eletrobras.

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O pagamento antecipado de R$ 26 bilhões também está sob negociação. Durante a privatização foi fixado que o desembolso ocorreria de forma parcelada.

O governo quer o valor para abater da conta de luz, em meio às últimas pesquisas que mostraram queda da popularidade do presidente Lula.

O governo negocia um desconto com a companhia e também publicou uma medida provisória que permite acionar bancos para securitizar a dívida.

A Eletrobras também quer vender sua parte na Eletronuclear, em um movimento que permitiria à empresa se livrar da obra de Angra 3, cujo projeto se estende desde a década de 1980.

A Eletrobras também tem interesse em reduzir seu portfólio nuclear e focar em outras formas de energia.

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