Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 19 de setembro

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Bloomberg Línea — Investidores nesta quinta-feira (19) reagem às mudanças nas políticas monetárias de Brasil e Estados Unidos. Enquanto, no cenário doméstico, os juros básicos subiram 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, nos EUA, os diretores do Federal Reserve (Fed) cortaram a taxa em 0,50 ponto percentual, para o intervalo entre 4,75% e 5,00%.

Nesta manhã, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), por sua vez, manteve as taxas a 5,00%.

No Japão, a decisão sai 23h30, no horário de Brasília, e deve repercutir nos mercados na sexta-feira (20). Uma alta sensibilidade do mercado foi refletida nas reações ao aumento inesperado da taxa pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) no final de julho, quando o iene disparou e as ações entraram em queda brusca. Os traders dizem esperar um desfecho diferente desta vez.

Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (19):

1. Alta na Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiu subir a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, no primeiro aumento da taxa de juros de referência desde agosto de 2022. A decisão foi unânime.

O aumento de juros marca uma virada na política monetária no momento em que, nos Estados Unidos, o Federal Reserve inicia uma redução de juros. No Brasil, o Copom interrompeu o ciclo de cortes em maio e manteve a Selic em 10,50% ao ano nas últimas três reuniões diante do aumento das expectativas de inflação.

Em comunicado, o Copom afirmou que o cenário atual “demanda uma política monetária mais contracionista”.

O comitê também afirmou que “entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.

2. Corte do Fed

Os diretores do Federal Reserve (Fed) decidiram cortar a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,50 ponto percentual para o intervalo de 4,75% a 5% ao ano, a primeira redução em mais de quatro anos.

O corte foi maior do que o esperado por parte dos economistas do mercado financeiro, que estimavam um alívio de 0,25 ponto.

A decisão acontece após as autoridades do Fed optarem pela manutenção das taxas em oito reuniões consecutivas, mantendo os juros no maior patamar em duas décadas. A última vez que o banco central americano havia cortado os juros foi em março de 2020.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (18), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), afirmou que ganhou “maior confiança” de que a inflação está se movendo “de forma sustentável” em direção à meta de 2% e que “os riscos para alcançar suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados”.

3. Mercados

As ações subiam ao redor do mundo nesta manhã de quinta-feira (19) com as expectativas de que o corte de meio ponto percentual na taxa de juros pelo Federal Reserve ontem (18) protegerá a maior economia do mundo de uma desaceleração ou até de uma recessão.

Os futuros de ações dos EUA dispararam, com um ganhos da ordem de 1,50% nos contratos do S&P 500, colocando o índice de referência das bolsas americanas no caminho para testar uma alta recorde no mercado à vista.

Os contratos do Nasdaq 100 subiram perto de 2%, impulsionados por apostas de crescimento americano resiliente e menores custos de empréstimo. O índice Stoxx 600 da Europa subiu até 1,10%.

O dólar se enfraqueceu, com um índice de moedas asiáticas em alta para o nível mais forte em mais de um ano. Os títulos do Tesouro se estabilizaram após uma queda, com apostas de que o movimento agressivo para iniciar o ciclo de cortes pode significar menos flexibilização pelo Fed no longo prazo. O bitcoin atingiu a cotação máxima de três semanas.