Bank of America alerta para possíveis sinais de bolha nos mercados

Estrategistas do banco afirmam que os movimentos incomuns de ganhos de preços, em meio à postergação dos cortes de juros, são um ponto de atenção

Bank of America. Condições atuais implicam que os investidores devem vender títulos e o dólar americano, e comprar ações do Nasdaq e proteções contra inflação
Por Michael Msika
12 de Abril, 2024 | 03:37 PM

Bloomberg — Um rali raro tanto em ações de tecnologia quanto em commodities, combinado com um aumento nos rendimentos dos títulos, ecoa os períodos de formação de bolha, de acordo com estrategistas do Bank of America (BAC).

Os movimentos de preços incomuns são consistentes com apostas de que as taxas de juros permanecerão mais altas por mais tempo enquanto o crescimento econômico permanecer forte — um cenário chamado de “no landing” (sem pouso). Mas enquanto essa narrativa está “corretamente na moda”, também há um risco de inflação mais alta e um aumento no custo de capital, escreveram os estrategistas liderados por Michael Hartnett.

O ganho nos preços dos ativos é “típico de mercados efervescentes”, segundo Hartnett, que faz uma comparação com o período antes da bolha das pontocom, de 1999.

As condições atuais implicam que os investidores devem vender títulos e o dólar americano, e comprar ações do Nasdaq e proteções contra inflação, como ouro, commodities e criptomoedas, escrevem os estrategistas.

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Os mercados de ações têm permanecido resilientes nas últimas semanas, apesar de uma mudança de postura dos funcionários do Federal Reserve (Fed).

Os mercados de títulos agora precificam entre um e dois cortes de taxa até o final do ano, em comparação com seis cortes há apenas três meses, no entanto, tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq 100 continuam flutuando perto de máximas históricas.

Os estrategistas do Bank of America dizem que há um risco de que um cenário de “no landing” se transforme em um cenário de “hard landing” (pouso forçado). Isso significaria que o aperto monetário é retomado e o contágio se espalha provocando dificuldades financeiras em bancos regionais e no setor imobiliário, de acordo com a nota.

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