Inflação nos EUA vem dentro do esperado em julho e reforça aposta em corte de juro

Inflação de serviços impulsiona alta no núcleo do índice em julho, enquanto mercado aposta em corte de juros pelo Fed

CEO advierten sobre el impacto de aranceles en productos básicos.
Por Mark Niquette
12 de Agosto, 2025 | 10:11 AM

Bloomberg — O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em julho nos Estados Unidos, segundo dados do Bureau of Labor Statistics divulgados na terça-feira. Na base anual, o índice subiu para 3,1% ante a expectativa que era de 3%.

Os preços dos serviços, excluindo energia, subiram 0,4%, o maior aumento desde o início do ano. O movimento foi puxado pela maior alta nas tarifas aéreas em três anos, enquanto os preços de cuidados médicos e lazer também subiram.

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O núcleo do índice subiu 0,3%, também em linha com o esperado.

Os preços de bens, excluindo alimentos e commodities de energia, tiveram uma alta moderada.

Os títulos do Tesouro avançaram à medida que os investidores apostam que o Federal Reserve reduzirá as taxas de juros no próximo mês. O dólar caiu, enquanto os contratos futuros do S&P 500 subiram.

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Custos dos serviços

Um dos principais motores da inflação nos últimos anos tem sido os custos de moradia — a maior categoria dentro dos serviços. Os preços de abrigo subiram 0,2% pelo segundo mês consecutivo, refletindo custos de moradia estáveis e uma queda contínua nos preços das estadias em hotéis.

Outro indicador de serviços acompanhado de perto pelo Fed, que exclui os custos de moradia e energia, subiu 0,5%, uma das maiores altas desde o início de 2024. Embora os diretores dos bancos centrais ressaltem a importância de observar essa métrica ao avaliar a trajetória geral da inflação, eles a calculam com base em um índice diferente.

Essa medida — conhecida como índice de preços de despesas pessoais de consumo (PCE) — não atribui tanto peso ao abrigo quanto o CPI. Um relatório do governo sobre preços ao produtor, previsto para quinta-feira, oferecerá insights sobre categorias adicionais que alimentam diretamente o PCE, cujo dado está previsto para o fim do mês.

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Após meses de ameaças e reveses caóticos, as taxas mais altas para quase todos os países começaram na semana passada. Isso pode manter a pressão sobre as leituras de inflação daqui para frente, mesmo enquanto Trump continua negociando com alguns parceiros comerciais importantes, como a China.

Algumas empresas têm adiado aumentos de preços por receio de que os consumidores reduzam os gastos, o que aumenta a atenção para os relatórios de sexta-feira sobre vendas no varejo e confiança do consumidor.

Os diretores dos bancos centrais também prestam muita atenção ao crescimento salarial, pois ele pode ajudar a informar as expectativas para o consumo — o principal motor da economia. Um relatório separado divulgado na terça-feira, que combina os dados de inflação com informações recentes sobre salários, mostrou que os ganhos reais médios por hora subiram 1,4% em relação ao ano anterior, recuperando-se de junho.

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O relatório foi divulgado após Trump nomear EJ Antoni, economista-chefe da conservadora Heritage Foundation, para liderar o Bureau of Labor Statistics (BLS), depois de demitir o antigo chefe da agência no início deste mês. Antoni tem sido vocal sobre suas preocupações com os dados de emprego e revisões do BLS, e o presidente acusou a agência, sem provas, de manipular os números.

-- Em atualização.

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