Chocolate mais caro: cacau supera cobre e ultrapassa os US$ 9.000 por tonelada

Escassez de oferta, que pode durar até 2025, está causando dificuldades para o setor de chocolate atender ao aumento da demanda, principalmente durante a época da Páscoa

Foto de um monte de frutos de cacau sendo cortados por um trabalhador agrícola negro, que veste camiseta amarela e calça preta. Não é possível ver o rosto do funcionário, apenas parte de seu ombro e joelho direitos; ele está de costas
Por Megan Durisin
25 de Março, 2024 | 05:54 PM

Bloomberg — O cacau ultrapassou US$ 9.000 a tonelada pela primeira vez, em meio a uma crise global de oferta às vésperas da Páscoa.

Os futuros em Nova York dispararam cerca de 50% só neste mês e a cotação mais que dobrou no ano. O mau tempo e as pragas prejudicam as safras nos países produtores da África Ocidental, onde é cultivada a maior parte do cacau do mundo. E há poucos sinais de alívio vindo de outras partes do mundo, deixando a indústria de chocolates em uma situação complicada para atender a demanda mais alta nesta época do ano.

A alta elevou os preços para um nível que parecia impensável há apenas alguns meses, e tornou o cacau mais caro do que o metal industrial de referência, o cobre.

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Os futuros de cacau chegaram a ser negociados a US$ 9.400 a tonelada nesta segunda-feira (25) em Nova York – uma alta de 5,2%. Em Londres, o preço disparou quase 8%.

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“O chocolate pode ficar ainda mais caro na Páscoa de 2025, se as doenças dos cacaueiros e o clima severo prolongarem o déficit de oferta e os preços altos do açúcar”, escreveu a analista Diana Gomes, da Bloomberg Intelligence.

Embora os preços tenham disparado, os especuladores têm deixado o mercado. As posições em aberto caíram desde o pico do final de janeiro, e os gestores de recursos cortaram o número de apostas líquidas na alta de preços para uma mínima de um ano. Isso sugere que os compradores físicos podem ter desempenhado um papel fundamental no rali.

Existe o risco de a situação do abastecimento piorar. As novas regras da União Europeia contra o desmatamento podem dificultar ainda mais a garantia do fornecimento para as principais fabricantes de chocolate da região.

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