Esta executiva estava na linha de sucessão do C-level do Goldman. E agora vai sair

Beth Hammack, co-head do Global Financing Group do banco de Wall Street, está de saída depois de 30 anos, segundo fontes disseram à Bloomberg News

Beth Hammack, co-head do Global Financing Group do Goldman Sachs (Foto: Bloomberg)
Por Sridhar Natarajan
22 de Fevereiro, 2024 | 03:11 PM

Bloomberg — Beth Hammack havia sido apontada como uma das candidatas mais prováveis a entrar no topo exclusivamente masculino do Goldman Sachs. Agora, está de saída depois de 30 anos na gigante de Wall Street, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto que falaram à Bloomberg News.

Hammack, 52 anos, já foi vista internamente como a principal escolha para se tornar a próxima CFO - uma ascensão rara para uma mulher a uma das posições mais altas do banco.

Mesmo em Wall Street, em que os homens dominam a maioria das empresas, a falta de mulheres nos mais altos escalões do Goldman (GS) tem sido um ponto sensível internamente. Nenhuma mulher jamais foi nomeada para o cargo de presidente do conselho, CEO ou CFO na história da empresa (no Brasil, a co-head do banco de investimento do Goldman é a executiva Cristina Estrada).

Esse desafio foi destacado no mês passado, quando o Goldman criou dois novos comitês dentro de seu banco de investimento. Ele selecionou 25 executivos como os líderes emergentes que teriam voz na gestão de seu amplo negócio de trading e banco.

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Apenas três mulheres foram escolhidas, incluindo Hammack, ex-tesoureira que, mais recentemente, foi nomeada co-Head do Global Financing Group.

O Goldman se comprometeu a promover mais mulheres para seus cargos mais altos, e por anos Hammack esteve entre um pequeno grupo que constava em todas as conversas nos bastidores. Insiders a viam ocupando cargos que a tornariam uma das faces mais proeminentes do Goldman em Wall Street.

Um representante do Goldman sediado em Nova York e Hammack se recusaram a comentar.

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Preparação para o cargo

Hammack assumiu seu cargo mais recente à frente a unidade de financiamento após ser preterida para o cargo de CFO em 2021. Na época, os executivos do banco explicaram a mudança como um esforço para ajudá-la a ganhar mais experiência na gestão de um grupo gerador de receita que a prepararia para cargos mais altos posteriormente.

Hammack cresceu fora de Filadélfia e teve dois estágios de verão na bolsa da Filadélfia. Seu pai, Howard Morgan, é um investidor de venture capital que ajudou o bilionário Jim Simons a iniciar a Renaissance Technologies. Ela ingressou no Goldman em 1993 e começou a subir na hierarquia dentro de sua divisão de trading.

A executiva ocupou uma variedade de cargos lidando com títulos de agências, taxas e negociação de recompra. Sua ascensão foi impulsionada por sua capacidade de lidar com reguladores e órgãos governamentais depois de se tornar sócia em 2010.

Hammack também passou a presidir o Comitê Consultivo de Empréstimos do Tesouro - um influente grupo de Wall Street que tem a atenção do secretário do Tesouro dos EUA.

Sua promoção a tesoureira em 2018 foi motivo de controvérsia dentro do banco. Altos executivos discordavam sobre se a unidade de trading poderia abrir mão de uma de suas raras mulheres sêniores, destacando o dilema em seu esforço para diversificar os mais altos escalões do Goldman.

Quando o então CFO Stephen Scherr deixou o cargo em 2021, Hammack foi transferida para o grupo bancário, e a liderança da empresa optou por Denis Coleman como o próximo CFO.

Isabelle Ealet se tornou a primeira mulher a liderar uma grande divisão na empresa em 2012, quando foi escolhida para comanda a unidade de trading. Hoje, Stephanie Cohen é a única mulher a comandar uma das três unidades do banco. Ela está à frente da Platform Solutions, que está sendo desmantelada conforme o Goldman reverte seu avanço no varejo bancário.

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