Índices futuros da Ásia sobem com estímulos da China no radar de investidores

Índice futuro de Hong Kong tem alta de 2%; nesta terça, empresas chinesas listadas em bolsas americanas subiram quase 4%

Foto: Paul Yeung/Bloomberg
Por Brett Miller
06 de Junho, 2023 | 09:08 PM

Bloomberg — Os índices futuros de ações da Ásia indicam avanços na região na quarta-feira (7), impulsionador por sinais de novos estímulos econômicos na China, por uma luz de esperança no embate geopolítico com os EUA e por indícios de uma força mais abrangente das ações dos Estados Unidos.

Um movimento dos investidores em favor das ações de companhias do setor financeiro no pregão desta terça-feira nos Estados Unidos indica que a recente alta do S&P 500 pode se estender para além do setor de tecnologia.

Embora a queda das ações da Apple tenha limitado as altas no mercado americano, o índice S&P 500 ainda subiu 0,2%. O índice regional de bancos KBW subiu mais de 5% e o Russell 2000, índice de ações de menor valor de mercado, subiu 2,7%.

As empresas chinesas que são listadas em bolsas americanas avançaram 3,8%, ajudadas pela notícia de que o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, planeja visitar a China nas próximas semanas.

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A notícia de que as autoridades chinesas pediram aos maiores bancos do país para reduzir suas taxas de depósito também ajudou as ações. Esse pedido é o segundo em menos de um ano.

No Japão e Austrália, os índices futuros de ações registram pequenas altas enquanto em Hong Kong a alta no pré-mercado é de 1,9%.

Os traders estão atentos a medidas de estímulo do governo de Pequim para apoiar a fraca recuperação econômica da China e as ações em dificuldades. A Bloomberg Economics espera que o Banco Popular da China reduza sua taxa de juros de juros de um ano “já no meio de junho”.

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A pequena alta em Wall Street deixou o S&P 500 perto de entrar num “bull market”. O clima nos mercados globais tem sido cauteloso, com alguns analistas questionando se os preços subiram rápido demais na empolgação com a inteligência artificial.

“Ainda é cedo para dizer se isso é uma busca de pechinchas ou uma aposta real de que as ações mais sensíveis à economia - muitas das quais não são lucrativas - são o lugar certo para estar”, disse Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers. “Mas o desempenho que vimos no Russel 2000 na sexta-feira e hoje é algo que vale muito a pena observar, pois pode intensificar as preocupações com a redução da amplitude.”

Ainda assim, pela segunda vez em três dias, o Russell 2000 superou o Nasdaq 100, que tem grande presença de empresas de tecnologia, em pelo menos 2,5 pontos percentuais. Desde novembro de 2020 que as ações de pequenas empresas não obtêm altas frequentes e expressivas como essas.

As principais moedas mantiveram-se dentro de faixas estreitas na quarta-feira. Os rendimentos dos títulos do governo na Austrália e na Nova Zelândia subiram ligeiramente.

O anúncio de um leilão de títulos do Tesouro americano afetou os títulos de curto prazo dos EUA na terça-feira, enquanto o rendimento dos títulos de 10 anos caiu dois pontos base.

Nas commodities, o ouro pouco se alterou e o petróleo caiu ligeiramente após “abrir mão dos ganhos” de terça-feira com a notícia do corte de fornecimento da Arábia Saudita. O trigo disparou depois que a Ucrânia afirmou que as forças russas explodiram uma grande barragem no sul do país.

O Banco Mundial afirmou em um relatório nesta terça-feira que a economia global está em uma situação precária, uma vez que os aumentos acentuados nas taxas de juros estão afetando a atividade e agitando vulnerabilidades nos países de baixa renda. Esses receios têm suprimido as ações.

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No entanto, com a taxa de inflação ainda alta nos Estados Unidos, os traders estão cada vez mais esperando que o Federal Reserve mantenha as taxas estáveis em sua reunião de junho, mantendo em aberto a opção de aumentos futuros. O ex-vice-presidente Richard H. Clarida também afirmou nesta terça que é improvável que o banco central dos Estados Unidos comece a reduzir as taxas até 2024.

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