UBS e Credit Suisse se opõem à ideia de uma fusão forçada para aplacar crise

UBS prefere se concentrar em sua própria estratégia centrada na gestão de patrimônio e reluta em assumir riscos relacionados ao rival, segundo a Bloomberg News

Banco conteve um colapso da confiança dos investidores na quinta-feira
Por Dinesh Nair, Myriam Balezou e Jan-Henrik Foerster
17 de Março, 2023 | 10:39 AM
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Bloomberg — O UBS (UBS) e Credit Suisse (CS) se opõem a uma fusão forçada entre os dois maiores bancos suíços, embora um cenário de união orquestrada pelo governo continue a fazer parte das deliberações, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pela Bloomberg News.

O UBS prefere se concentrar em sua própria estratégia centrada na gestão de patrimônio e reluta em assumir riscos relacionados ao Credit Suisse, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as deliberações não são públicas.

Seu concorrente menor busca tempo para conduzir seu plano de reformulação do negócio depois de obter uma linha de liquidez do banco central, disseram.

O Credit Suisse conteve - por ora - um colapso na confiança dos investidores na quinta-feira (16), depois de assegurar uma linha de crédito de 50 bilhões de francos (US$ 54 bilhões) do Banco Nacional da Suíça, o banco central do país. Isso aconteceu depois que o CS apelou às autoridades por uma demonstração pública de apoio após uma queda sem precedentes nas ações.

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Com os investidores nervosos após o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) na semana passada, os comentários do maior acionista do Credit Suisse de que não estava disposto a injetar mais capital no banco foram suficientes para provocar um tombo na cotação do papel.

Tanto o UBS quanto o Credit Suisse veem uma fusão como uma medida potencial de último caso, dados os obstáculos significativos e a sobreposição de negócios, disseram as pessoas. O governo e os credores avaliam uma ampla gama de cenários, e resta saber quais medidas adicionais serão tomadas além da linha de crédito oferecida pelo BC suíço.

UBS e Credit Suisse não quiseram comentar. O governo suíço não respondeu imediatamente a pedido de comentário.

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Analistas do JPMorgan liderados por Kian Abouhossein estão entre os que dizem que os problemas do banco provavelmente terminarão em uma aquisição, e que o comprador mais provável seria o UBS. Uma união com seu maior rival também foi uma opção discutida recentemente nas negociações entre Credit Suisse e as autoridades suíças, disseram pessoas com conhecimento do assunto no início desta semana.

O Credit Suisse também poderia buscar cisões. O negócio de gestão de fortunas iria para o UBS ou outro comprador, a unidade suíça seria desmembrada como uma nova entidade para proteger os correntistas, e as operações de banco de investimento e gestão de recursos seriam vendidas ou também desmembradas, disseram duas das pessoas.

As objeções a uma megafusão vão além dos dois bancos. O governo suíço também se preocupa com a perda de empregos que resultaria de uma união, embora prefira uma solução doméstica, se possível, para a situação e esteja mais preocupado em proteger os negócios e os depósitos locais, disseram duas pessoas. Alguns dos clientes ricos também podem se opor a uma fusão com o UBS, dada a sobreposição de contas.

Uma fusão completa seria uma reversão de anos de regulamentação e levantaria preocupações de concentração de mercado em muitas linhas de negócios. A Suíça também costuma favorecer a ideia de dois bancos globais cuja rivalidade tem sido um dos principais impulsionadores da competitividade do setor de serviços financeiros do país. Uma fusão também pode levar a requisitos de capital mais elevados.

O CEO do UBS, Ralph Hamers, recusou-se na quarta-feira (15) a responder a quaisquer perguntas “hipotéticas” sobre Credit Suisse e apenas disse que está “focado em nossa própria estratégia”.

- Com a colaboração de Marion Halftermeyer, Sonali Basak, Ruth David, Eyk Henning e Allyson Versprille.

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