Debandada de profissionais após ultimato de Musk gera incertezas para o Twitter

Enquanto o êxodo de funcionários se desenrola, Musk celebra novo recorde de usuários ativos da rede social

Enquanto Twitter presencia um êxodo de profissionais, Musk celebra uso recorde da rede social
18 de Novembro, 2022 | 07:03 AM

Bloomberg Línea — A ameaça de Elon Musk de demitir os empregados que não entregarem um trabalho de “alta intensidade” pesou com incertezas sobre a capacidade do Twitter de continuar suas operações regulares. O Twitter decidiu ontem fechar abruptamente seus escritórios depois que vários funcionários, muitos deles engenheiros, reagiram negativamente ao ultimato de Musk de assumir um ritmo de trabalho intenso e de longas horas ou aceitar um pacote com três meses de salário.

Segundo reportou a Bloomberg News, o êxodo de demissionários foi tamanho que houve confusão sobre quais pessoas poderiam acessar o escritório do Twitter, que ficará de portas fechadas até segunda-feira.

Paira sobre o Twitter a dúvida sobre se poderá avançar com suas operações normais, já que a empresa demitiu sua equipe executiva e mandou embora a metade da força de trabalho nos primeiros dias de Musk no cargo. Desde então, o novo chefe reverteu várias decisões que tomou, incluindo a realocação em outras áreas de alguns funcionários que já haviam demitidos.

Musk tentou convencer as pessoas a permanecerem na empresa horas antes de vencer o prazo para que os funcionários optassem, via formulário, por continuar no Twitter ou aceitar a indenização. Profissionais de cargos estratégicos foram convidados a participar de reuniões para conhecer os planos para a rede social, segundo fontes disseram à Bloomberg. Musk, que sempre se manifestou contra o trabalho remoto, também enviou um e-mail na quinta-feira suavizando seu tom sobre o tema.

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O formulário enviado aos funcionários incluía apenas uma resposta possível, “sim”, e não detalhava os pacotes de rescisão ou as proteções legais concedidas aos empregados. Qualquer pessoa que não aceitasse a proposta, cujo prazo expirou ontem, era avisada de que estaria fora da empresa com três meses de indenização.

O ultimato do Musk veio menos de duas semanas depois que ele demitiu 50% da força de trabalho do Twitter, ou cerca de 3.700 funcionários.

Além de voltar atrás em várias de suas demissões, Musk também interrompeu suas medidas envolvendo o selo de verificação do Twitter para contas de entidades ou empresas públicas reconhecidas. Sua oferta de assinatura Blue Verified de US$ 8 foi adiada para 29 de novembro “para garantir que seja sólida como uma rocha”, afirmou Musk.

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Em meio ao êxodo, Musk também comemora

O proprietário do Twitter Inc., Elon Musk, twittou uma mensagem otimista dizendo que a rede social bateu seu recorde histórico de uso na quinta-feira.

Esta foi a segunda vez em uma semana que a rede social bateu um recorde. De acordo com Musk, a última havia sido em 11 de novembro. Em outra mensagem postada esta semana, o bilionário - que não atribuiu a si mesmo um cargo específico no Twitter depois de adotar brevemente “chefe Twit” e “operador de linha direta de reclamações” - postou um gráfico mostrando o número de usuários aumentando desde sua aquisição.

Musk há muito contesta a precisão das métricas internas do Twitter, dizendo que elas não são confiáveis devido à abundância de contas falsas ou de bots.

(Com informações da Bloomberg News)

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.