Decolar relata quarto prejuízo consecutivo no 3° tri, mas avança no Brasil

Agência digital de viagens registrou forte crescimento nas transações no Brasil, e vê a demanda voltar aos níveis de 2019

Avión
17 de Novembro, 2022 | 02:20 PM

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Bloomberg Línea — A agência digital de viagens Decolar (DESP) informou nesta quinta-feira (17) que teve prejuízo líquido de US$ 9,3 milhões no terceiro trimestre de 2022, elevando para um total de US$ 50,4 milhões até agora este ano. O resultado veio apesar de um boom nas transações no Brasil, que cresceram 46% em relação ao ano anterior no país.

Mesmo com crescimento de 75% no faturamento na comparação anual (US$ 145,6 milhões), o resultado ficou aquém do esperado. No lado das despesas, a Decolar gastou 77% mais no período do que no ano passado em vendas e marketing (US$ 46,2 milhões); 12% mais em despesas gerais e administrativas (US$ 24,9 milhões) e 18% mais em tecnologia e desenvolvimento de produtos (US$ 22,8 milhões).

A Decolar cortou seu pessoal significativamente durante a pandemia, conforme reportado pela Bloomberg Línea. No entanto, a empresa salienta que agora tem mais funcionários do que antes da pandemia, devido às aquisições da ViajaNet e Stays, no Brasil, e da Best Day, no México.

Apesar de ter sido a quarta vez que a companhia registrou prejuízo em um terceiro trimestre, este foi o menos pior de 2022, após perdas de US$30,9 milhões e US$13,2 milhões entre janeiro e março e abril e junho, respectivamente.

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Boom no Brasil

O Brasil foi responsável por 37% das transações durante o período – crescendo 46% em relação ao ano anterior no país – ao passo que o México foi responsável por 19%. Assim, a Argentina, país de origem do fundador da empresa, que nem sequer é mencionada nesta seção da divulgação de resultados, continua perdendo espaço nas operações regionais da empresa.

As transações totais da Decolar cresceram 21% em relação ao ano anterior, chegando a 2.208.

Sinais positivos

A empresa destacou um Ebitda total ajustado que aumentou em US$ 22,3 milhões, ano a ano, chegando a US$ 12,0 milhões.

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Entre agosto e outubro, a empresa liderada pelo argentino Damián Scokin concluiu a incorporação de sua plataforma de aluguéis de temporada Stays em sua plataforma tecnológica, expandindo o número de propriedades disponíveis sob a marca para 21.600 unidades.

“Começamos a expandir a Stays para além do Brasil, seu mercado original” e “integramos totalmente o Viajanet”, disse a Decolar em comunicado.

A empresa também destacou ter fechado o período com uma posição de caixa de US$263 milhões, o que “mantém a flexibilidade financeira para expandir estrategicamente o ecossistema de viagens da Decolar e fortalecer as competências essenciais à medida que identificamos oportunidades adequadas”.

Demanda por viagens

Com relação à demanda por viagens no atual cenário pós-pandemia, a Decolar sustentou que “continua a se aproximar firmemente dos níveis de 2019″.

“Apesar das incertezas no curto prazo, continuamos otimistas quanto ao potencial de longo prazo do negócio”, comentou a empresa, ao mesmo tempo em que frisou que espera “ver melhorias contínuas na rentabilidade no quarto trimestre”.

Recuperar a rentabilidade será, então, o objetivo principal de 2023, “em linha com o objetivo de cinco anos”.

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Francisco Aldaya

Jornalista argentino com 10 anos de experiência. Francisco cobriu o setor financeiro da América Latina na S&P Global Market Intelligence e também trabalhou nas seções de economia e política do Buenos Aires Herald. Ele também contribuiu para o Buenos Aires Times.