Musk planeja cortar metade dos empregos no Twitter para reduzir custos

O novo proprietário do Twitter pretende informar os funcionários afetados amanhã, segundo pessoas a par do tema

Elon Musk estaria planejando cortar cerca de 3.700 empregos no Twitter - a metade da força de trabalho da empresa de mídia social
Por Ed Ludlow - Kurt Wagner
03 de Novembro, 2022 | 04:56 AM

Bloomberg — Elon Musk planeja eliminar cerca de 3.700 empregos no Twitter Inc. (TWTR), o que representa a metade da força de trabalho da empresa de mídia social, em uma tentativa de reduzir os custos após sua aquisição por US$ 44 bilhões, segundo pessoas a par do assunto disseram à Bloomberg.

O novo proprietário do Twitter pretende informar os funcionários afetados amanhã, disseram as fontes, que pediram anonimato. Musk também pretende reverter a política da empresa de trabalhar de qualquer lugar e pedirá aos funcionários que se apresentem nos escritórios – embora algumas exceções possam ser feitas.

Musk e uma equipe de assessores avaliam uma série de cenários para cortes de empregos e outras mudanças de política no Twitter, com sede em São Francisco, disseram as pessoas, acrescentando que os termos da redução do número de funcionários ainda podem mudar. Em um dos cenários que estão sendo aventados, os trabalhadores demitidos receberiam 60 dias de indenização, disseram duas das pessoas entrevistadas.

O diretor de contabilidade do Twitter, Robert Kaiden, deixou a empresa, tornando-se um dos últimos executivos pré-Musk a sair, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

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Musk se sente pressionado para encontrar maneiras de reduzir os custos de um negócio pelo qual ele diz ter pago a mais. O bilionário concordou em pagar US$ 54,20 por ação em abril, no momento em que os mercados despencaram. Ele então tentou por meses sair da transação, alegando que a empresa o enganou sobre a prevalência de contas falsas. O Twitter processou para forçar Musk a cumprir seu acordo e, nas últimas semanas, Musk cedeu, resignando-se a fechar o acordo nos termos acordados. O acordo de compra e venda foi fechado na quinta-feira.

Os funcionários do Twitter estão se preparando para demissões desde que Musk assumiu e imediatamente demitiu grande parte da equipe executiva, incluindo o CEO Parag Agrawal, o chefe financeiro Ned Segal e os funcionários jurídicos sênior Vijaya Gadde e Sean Edgett. Nos dias que se seguiram, outras saídas incluíram a diretora de marketing Leslie Berland, a diretora de clientes Sarah Personette e Jean-Philippe Maheu, que era vice-presidente de soluções globais para clientes.

Musk se autointitulou “Chief Twit” em sua biografia na rede social. A Bloomberg informou anteriormente que ele próprio assumiria o papel de CEO interino. Ele também dissolveu o conselho da empresa e tornou-se diretor único, dizendo mais tarde que esta seria uma medida “apenas temporária”.

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No fim de semana, alguns funcionários com cargos de diretor e vice-presidente foram eliminados, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Outros líderes foram solicitados a fazer listas de funcionários em suas equipes que poderiam ser demitidos.

Os chefes das equipes de produto foram solicitados a reduzir em 50% o número de funcionários, disse uma pessoa familiarizada com o assunto nesta semana. Engenheiros e funcionários da Tesla Inc., a montadora também dirigida por Musk, teriam revisado as listas, segundo as fontes. As listas de demissões foram elaboradas e classificadas com base nas contribuições dos indivíduos ao código do Twitter durante seu tempo na empresa. A avaliação foi feita tanto pelo pessoal da Tesla quanto pelos gerentes do Twitter.

As preocupações com os cortes acentuados de pessoal começaram a girar no período que antecedeu a compra de Musk, quando os potenciais investidores foram informados de que ele eliminaria 75% da força de trabalho, que era de cerca de 7.500 no final de 2021. Musk posteriormente negou que os cortes seriam tão profundos.

Nas últimas semanas, Musk começou a sugerir suas prioridades de pessoal, dizendo que quer se concentrar no produto principal. “Engenharia de software, operações de servidor e design vão dominar”, ele “twittou” no início de outubro.

Musk também está tentando gerar mais receita. Em breve, a empresa começará a cobrar pela verificação. A versão premium do Twitter, chamada Blue, custará US$ 8 por mês e incluirá o direito de apresentar o status verificado nos perfis dos usuários pagantes.

(Com a colaboração de Emily Chang. Tradução de Michelly Teixeira)

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