Startup Origami atinge valuation de US$ 30 milhões após rodada seed

Matt Voska, cofundador americano que vive no Rio de Janeiro, diz que a Origami quer ser o Y Combinator de organizações autônomas descentralizadas

Johnny Chin, Matt Voska, Ben Huh e Stephen Caudill. (Origami/Cortesia)
28 de Outubro, 2022 | 11:36 AM

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Bloomberg Línea — A startup Origami alcançou um valuation de US$ 30 milhões após uma rodada seed de US$ 6,2 milhões liderada pela Bloomberg Beta, um fundo de risco apoiado pela Bloomberg LP para investir em empresas de tecnologia em estágio inicial. A Bloomberg LP é controladora da Bloomberg Media, empresa parceira da Bloomberg Línea.

Outros participantes de rodada são os fundos com foco na América Latina Valor Capital, Matterscale, além de Betaworks, Protocol Labs, Orange DAO, VC3 DAO, Mirana, AppWorks, BECO, PruVen, Bam Ventures, Monochrome, Chamaeleon, Seity Future Ventures, Dreamers, Wave Financeira, Transpose, Matrix DAO e Portofino, além de investidores anjos. Os recursos do financiamento serão usados para lançar e apoiar os sistemas automatizados conhecidos como DAO (organização autônoma descentralizada) e investir em software para que as DAOs possam ser lançadas facilmente (mais informações abaixo).

“Valuations sobem e descem com o mercado. Às vezes o dinheiro é mais fácil, às vezes o dinheiro é mais difícil”, disse o cofundador Matt Voska em entrevista. “Estamos felizes com essa avaliação, pois os investidores da Seed investem na equipe e temos uma equipe muito forte”.

O financiamento de startups para a América Latina caiu pelo quinto trimestre consecutivo, de acordo com a CB Insights.

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Globalmente, tanto o volume de investimento quanto as transações para startups apoiadas por capital de risco caíram no terceiro trimestre, de acordo com a CB Insights, devido ao aumento das taxas de juros e à preocupação dos investidores com os valuations. Na América Latina, os dados da CB Insights apontam para US$ 1,1 bilhão captados no terceiro trimestre com 226 transações.

Histórico

Americano, o cofundador da Origami, Matt Voska, fundou sua primeira startup Flytenow em 2014 para ser um serviço semelhante ao Uber para pequenos aviões. Financiada pela aceleradora do Vale do Silício Y Combinator em 2014, o modelo de negócio da empresa não conseguiu decolar por conta de restrições do governo dos EUA, quando o regulador mudou as normas permitindo que pilotos particulares compartilhassem assentos vazios em seus voos.

“Então, como piloto, eu poderia levar um amigo e dividir os custos com ele 50/50. Mas se você encontrar amigos na internet para fazer isso, os pilotos não poderiam ter lucro, mesmo que estejam pagando suas taxas”, explicou Voska.

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Quando a Flytenow não decolou, ele se juntou a uma empresa de amigos que conheceu na turma do Y Combinator para trabalhar na Bannerman Security, um serviço semelhante ao Uber para seguranças com sede em São Francisco. Há um ano e meio, quando o trabalho na Bannerman era totalmente remoto, Voska se mudou para o Rio de Janeiro como nômade digital e acabou se estabelecendo no Rio.

Ele conheceu o cofundador e CEO da Origami, Ben Huh, no metaverso. “Nós nos conhecemos porque éramos ambos ex-alunos do Y Combinator e há um ano começamos um DAO juntos chamado Orange DAO. Nós nunca nos encontramos antes disso, mas estávamos naquele grupo de bate-papo. Por causa disso, construímos um trabalho muito bom, então, com a tração que tivemos com a Orange DAO, que é um DAO para ex-alunos do Y Combinator, conseguimos levantar um fundo de risco e colocar diretamente no DAO com 13.000 ex-alunos do Y Combinator como membros”, disse.

A Orange DAO fez mais de 130 investimentos em startups por meio de seu fundo de risco.

O que é uma DAO?

Uma DAO é uma espécie de sistema operacional para comunidades, como explicou Voska. “A maioria das pessoas em uma comunidade se move em direções diferentes. A DAO alinha todos com o objetivo comum da comunidade. Ela fornece um sistema para que as pessoas possam colaborar e trabalhar juntas de maneira descentralizada, sem um CEO dizendo às pessoas o que fazer.”

Voska acredita que esse tipo de modelo de governança será nativo das comunidades da web3. “Diferente das empresas que possuem uma estrutura de governança corporativa, que é muito hierárquica com o CEO e o conselho de administração, uma DAO é eficaz para operar em paralelo. Você tem muitos grupos e pessoas em uma DAO operando de forma autônoma, criando resultados diferentes que se alinham a esse interesse comum.”

Ao lado do CEO Ben Huh, ele fundou a Origami em janeiro de 2022. A Origami e a Orange DAO fornecerão US$ 20 mil em financiamento Seed para projetos DAOs. A ideia da Origami é que as pessoas gastem menos ao lançar uma DAO.

“Ajudamos a instituir esse sistema operacional com as comunidades e apoiamos os construtores de comunidades. Embora usemos a tecnologia sublinhada de cripto, usando o blockchain para poder distribuir essa forma de governança, não dependemos do preço dos ativos de cripto. Se o mercado sobe, desce ou fica estável, isso não nos afeta”, disse Voska.

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“Somos uma espécie de Y Combinator para DAOs, dando-lhes financiamento.”

A startup tem nove funcionários com cinco nacionalidades, mas se aproxima de 50% da equipe sediada no Brasil.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups