Bolsonaro: ‘vamos mostrar que a mudança que alguns querem é para pior’

Presidente disse que há vontade de mudança por parte de população, mas que nem sempre isso acontece para melhor; e defendeu recuperação do país no pós-pandemia

O presidente Jair Bolsonaro vota na Escola Municipal Roda da Fonseca, na Vila Militar, no Rio de Janeiro
03 de Outubro, 2022 | 01:01 AM

Bloomberg Línea — O presidente Jair Bolsonaro (PL) terminou o primeiro turno com 43,20% dos votos, o segundo mais votado, atrás de Lula (PT), seu principal rival, que obteve a maior fatia dos votos, com 48,42% - percentuais quando o equivalente a 99,97% das seções estavam totalizadas.

Bolsonaro atendeu a imprensa em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, por volta das 22h00, depois que quase todas as urnas foram apuradas.

O presidente disse entender que há uma vontade de mudar por parte da população e que há o sentimento de que “a vida ficou um pouco pior na questão econômica”, algo que atribuiu a um suposto reflexo da “política do fica em casa” (durante a pandemia), da “crise ideológica” e da guerra na Ucrânia.

“A tendência é buscar um responsável, e o responsável é sempre o chefe do Executivo”, disse. “Vamos mostrar que a mudança que eles estão buscando, no meu entender, é para pior”, referindo-se à liderança do candidato do PT nas urnas.

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Segundo ele, é preciso “mostrar que certas mudanças não vêm pra melhor”, citando países da região como Argentina, Chile e Venezuela, que hoje são liderados por partidos de esquerda. “Me preocupa o Brasil perder sua liberdade, caminhar para a esquerda nos caminhos de Venezuela, Chile, Nicarágua”.

O presidente afirmou também que o resultado das urnas “venceu a mentira”, referindo-se aos institutos de pesquisas de intenção de voto, os quais ele considerou “desmoralizados de vez”.

Sem atacar diretamente o sistema eleitoral, Bolsonaro afirmou que “sempre existe a possibilidade de algo anormal acontecer”, uma vez que, segundo ele, o sistema não é “totalmente blindado”.

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Para o segundo turno, Bolsonaro disse que vai priorizar a mensagem de que o Brasil saiu na frente na recuperação econômica no pós-pandemia, citando que o país deve apresentar deflação no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) por três meses seguidos, algo que, segundo ele, pode ser visto nos preços da gasolina, do etanol e da energia elétrica.

Ele disse que sua campanha levará adiante, como mensagem aos brasileiros, também os aspectos que ele considera como trunfos de seu governo. “Levamos água para o Nordeste, ampliamos o Auxílio Brasil, lançamos o Pix e houve queda da violência”, disse.

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.