Quem são os nomes mais influentes do agronegócio no Brasil em 2022?

Setor é responsável por mais da metade das exportações brasileiras e conta com alguns dos maiores influenciadores de negócios do país

Soja
19 de Setembro, 2022 | 06:16 PM

São Paulo — Em 2021, o agronegócio foi responsável 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o maior patamar desde 2004. É o segundo setor que mais contribui para a economia. Responsável por cerca da metade de todas as exportações brasileiras em volume financeiro, o agronegócio se faz presente na lista dos 500 Mais Influentes da América Latina por meio de executivos e empreendedores.

As 500 pessoas que movem os negócios e a economia da América Latina

É o caso de Eduardo Logemann, CEO da SLC Agrícola (SLCE3), a empresa que detém a maior área plantada agrícola do Brasil em 2021. O executivo foi um dos responsáveis por transformar a companhia em uma das maiores produtoras do mundo, com foco em grãos e fibras, com receita líquida de R$ 4,6 bilhões em 2021 e lucro líquido de R$ 1,13 bilhão.

Outro nome conhecido no setor é o do empresário Rubens Ometto, que ergueu um dos maiores grupos de negócios do Brasil por meio da Cosan (CSAN3).

A holding inclui a Raízen (RAIZ4), uma das cinco maiores empresas do país em faturamento, fruto de uma joint venture com a Shell em etanol e bioenergia; a Compass Gás e Energia, a Moove, de lubrificantes, e a Rumo, maior operadora logística ferroviária independente da América Latina e responsável pelo transporte de grande parte da soja comercializada no país.

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Também está na lista o CEO global da JBS (JBSS3), Gilberto Tomazoni, maior empresa de proteína animal do mundo, que está liderando um processo de diversificação de negócios e de alinhamento crescente da companhia a práticas sustentáveis ESG em suas cadeias produtivas. Outro executivo do setor presente na lista é o empresário e executivo Marcos Molina, CEO da Marfrig (MRFG3), que em 2021 articulou uma estratégia que o tornou também o maior acionista da concorrente BRF (BRFS3).

Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro, é um dos nomes promissores do setor na área de sustentabilidade. A primeira foodtech brasileira a desenvolver e produzir “carnes” à base de plantas tem expandido sua atuação para diferentes proteínas, como frango, peixe e porco. Com a Fazenda Futuro, Leta ganhou, em 2020, o prêmio World Changing Ideas da revista norte-americana Fast Company, passando a figurar entre as empresas mais inovadoras do mundo.

Elaborada pela equipe de jornalistas da Bloomberg Línea, a lista apresenta os nomes mais influentes do agronegócio do país. Confira abaixo os demais nomes ligados ao agronegócio no Brasil:

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Veja a lista das pessoas mais influentes da América Latina

Corrine Ricard, Mosaic Fertilizantes

A americana Corrine Ricard é presidente da Mosaic Fertilizantes, subsidiária da Mosaic Company no Brasil. A companhia é uma das maiores multinacionais do mundo no setor, com faturamento global de US$ 8,9 bilhões em 2021. A executiva atua na Mosaic, que tem sede nos Estados Unidos, desde 2004. Ela iniciou a carreira na Cargill e é a responsável, desde 2019, por liderar a estratégia de expansão e transformação da Mosaic no Brasil e no Paraguai, com foco em iniciativas de eficiência operacional.

Fazenda da SLC Agrícola, companhia gaúchadfd

Paulo Sousa, Cargill Brasil

Paulo Sousa é zootecnista, filho de pecuaristas e o atual presidente da Cargill no Brasil, empresa em que começou a trabalhar em 1990 como trainee. O executivo lidera as operações de commodities agrícolas na América Latina da empresa, que é a maior produtora de alimentos do mundo. No Brasil, a companhia se beneficiou da colheita recorde de soja durante a safra passada e da alta dos preços dos grãos. Com isso, registrou receita líquida acima de R$ 100 bilhões pela primeira vez na história.

Ricardo Faria, Granja Faria e Insolo

Ricardo Faria é um empresário de Criciúma (SC) e dono da Granjas Faria, empresa responsável por 7% de toda a produção de ovos do Brasil. Em novembro de 2021, a companhia de grãos Terrus, também controlada por ele, fechou a compra por R$ 1,8 bilhão da Insolo, que produz fertilizantes. Segundo a EXAME, juntas, as empresas dele têm 120 mil hectares de área para produção, ocupando a quinta posição no ranking de maiores áreas agrícolas do país.

Marino Colpo, Boa Safra

Marino Colpo é o CEO da Boa Safra Sementes (SOJA3), empresa que atua no comércio de insumos agropecuários e de grãos e na produção de sementes. A empresa fornece material genético para algumas das maiores multinacionais do setor. Filho do fundador, Colpo assumiu o controle da Boa Safra em 2009, quando o faturamento era de R$ 32 milhões, e elevou a receita líquida para R$ 1,04 bilhão em 2021, mesmo ano em que estreou na Bolsa brasileira por meio de um IPO (oferta inicial de ações).

Murilo Ribeiro de Castro Parada, Louis Dreyfus Company

Murilo Parada é CEO da Louis Dreyfus Company no Brasil, uma das maiores empresas de comercialização de grãos do mundo. Há pouco mais de quatro anos no cargo, ele começou sua carreira na companhia como trainee, em 2001. Passou por diversas áreas de commodities, como açúcar, caroço de algodão, soja, milho, além do setor financeiro, entre outras, morando no interior de São Paulo e na China. A companhia opera cerca de 60 unidades industriais e logísticas no país e emprega 11 mil pessoas.

Antonio Carrere, John Deere

Antonio Carrere assumiu, em dezembro de 2021, a presidência da John Deere Brasil, a segunda operação em tamanho da maior empresa de máquinas e equipamentos agrícolas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O empresário norte-americano, que iniciou a carreira na empresa em 2001 em Atlanta, no estado da Geórgia, também é vice-presidente de vendas para a América Latina.

Fausto de Andrade Ribeiro, Banco do Brasil

Fausto de Andrade Ribeiro é desde abril de 2021 o presidente do Banco do Brasil, o principal financiador do agronegócio no país. Em junho, a carteira ampliada do setor do BB atingiu R$ 262 bilhões, crescimento de 27,3% na comparação com o fechamento do primeiro semestre de 2021.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.

Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.