Lula amplia vantagem nas intenções de voto e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta segunda-feira (15)

Lula aparece com 45% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto Bolsonaro tem 34% dos votos
15 de Agosto, 2022 | 09:58 AM

Bloomberg Línea — A semana será de alívio na temporada de balanços e na agenda de indicadores. Ainda assim, os próximos dias reservam dados importantes, e marcam ainda o início das campanhas dos candidatos às eleições de outubro.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta segunda-feira (15):

1. Intenções de voto

A distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), agora é de 11 pontos percentuais ante 8 pontos registrados anteriormente, de acordo com os números da última pesquisa eleitoral da FSB/BTG, divulgada nesta segunda-feira.

Lula aparece com 45% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto Bolsonaro tem 34% dos votos. Ciro Gomes (PDT), e Simone Tebet (MDB) aparecem na sequência, com 8% e 2%, respectivamente. Foram entrevistados 2 mil eleitores entre 12 e 14 de agosto, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais.

PUBLICIDADE

2. Boletim Focus

O relatório Focus divulgado nesta manhã mostra que o mercado continua a revisar para baixo as perspectivas para a inflação deste ano, com a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caindo de 7,11% para 7,02% em apenas uma semana. No entanto, as perspectivas para a inflação do próximo ano subiram de 5,36% para 5,38%, enquanto a de 2024 passou de de 3,30% para 3,41%.

O levantamento do Banco Central também relatou uma maior previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2022, 2023 e 2024: de 1,98% para 2,00% em 2022, de 0,40% para 0,41% em 2023, e de 1,70% para 1,80% para 2024. Ainda que a previsão seja de uma maior inflação para os anos seguintes, as perspectivas para a Selic se mantiveram, sendo 13,75% no fim de 2022, 11% no fim de 2023 e 8,00% no fim de 2024.

3. Mercados

Os futuros americanos caem no pré-mercado desta segunda-feira, depois dos dados decepcionantes sobre a economia chinesa na noite de domingo (14), que mostraram resultados piores que o esperado para as vendas no varejo e a produção industrial em julho. Enquanto isso, na Europa o risco de uma recessão na Zona do Euro alcançou o nível mais alto desde novembro de 2020, já que a escassez de energia ameaça pressionar ainda mais uma inflação que já é recorde.

PUBLICIDADE

Os futuros atrelados ao Dow Jones caíam 0,50%, o S&P caía 0,53%, enquanto o Nasdaq recuava 0,34%. Na Europa, as principais bolsas também caíam, com a FTSE de Londres recuando 0,38% às 9h20 no horário de Brasília, enquanto o Stoxx600 caía 0,03%, seguindo o tom de maior cautela.

Aqui, os futuros do Ibovespa caíam 1,35%, enquanto Dollar Index, que analisa a força do dólar através da comparação com o desempenho de outras moedas, subia 0,46% nesta manhã.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Congresso brasileiro é o que mais mexe na Constituição entre 11 democracias
  • Folha de S. Paulo: Hospital A.C. Camargo, referência em câncer em SP, deixará de atender pacientes SUS
  • O Globo: Fake news sobre fechamento de igrejas pela esquerda se espalha com apoio de deputado
  • Valor: Países vizinhos viram ‘válvula de escape’ para exportações

5. Agenda

A semana que se inicia marca o começo das campanhas dos candidatos que concorrem às eleições de outubro, na quinta-feira (18). Lá fora, na quarta-feira (17) sai a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, que dará pistas sobre a continuidade do ritmo do aperto da autoridade monetária.

Por aqui, os destaques do dia entre os indicadores econômicos são o IBC-Br, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central que subiu 0,69% em junho, e o Boletim Focus, também do BC, que reúne as expectativas do mercado em relação à economia. Além disso, a temporada de balanços das empresas brasileiras se encerra hoje, com destaque para os resultados da CSN, Dotz, Banco Inter, Nubank e Rede D’Or.

Nos EUA saem os números do Índice Empire State de Atividade Industrial de agosto, e o Índice NAHB de Mercado Imobiliário, também de agosto. Na Europa, destaque para os Ativos de Reserva de julho da Zona do Euro, e o Índice de Preços no Atacado referente ao mês de julho da Alemanha.

E também...

Os preços do petróleo caem nesta segunda-feira, à medida que os investidores avaliam as preocupações sobre a demanda da China, maior importador da commodity do mundo, e a perspectiva de reviver um acordo nuclear de 2015 do Irã, o que poderia aumentar as exportações de petróleo do país. Na China, dados do governo local mostraram uma contração inesperada da economia do país em julho, enquanto a produção das refinarias recuou para 12,53 milhões de barris por dia - a menor desde março de 2020.

Os preços do petróleo tipo WTI recuavam 4,90% a US$ 87,56 o barril, enquanto o tipo Brent caía 4,97% perto das 8h30, a US$ 93,22 o barril.

PUBLICIDADE

--Com informações da Bloomberg News

Leia também

Ventos contrários da China esfriam rali dos mercados com inflação mais suave

Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.