Chips continuam em escassez mesmo com desaceleração da indústria

Prazos de entrega eram, em média, de 26,9 semanas em julho, em comparação a 27 semanas em junho, de acordo com pesquisa do Grupo Financeiro Susquehanna

Os prazos gerais de entrega ainda são mais que o dobro do que seriam em um mercado “saudável”, escreveu ele.
Por Ian King
13 de Agosto, 2022 | 10:36 AM

Bloomberg — O tempo de entrega de chips semicondutores está diminuindo, mas a escassez persiste em muitas áreas, de acordo com nova pesquisa.

Os prazos de entrega eram, em média, de 26,9 semanas em julho, em comparação a 27 semanas em junho, de acordo com pesquisa do Grupo Financeiro Susquehanna. Foi o terceiro mês consecutivo em que os prazos diminuíram.

Embora esse indicador geral tenha melhorado, a pesquisa mostrou que permaneceu apertado o fornecimento de peças de gerenciamento de energia e microcontroladores - particularmente aqueles usados por montadoras automotivas e fabricantes de equipamentos industriais. Os prazos de entrega dos chips de gerenciamento de energia, por exemplo, aumentaram para 32 semanas em julho, de 31,3 semanas no mês anterior. Os preços de alguns produtos ainda estão subindo.

“Tratando-se da indústria de modo geral, ainda esperamos que os problemas de estoque e excesso de pedidos diminuam”, disse Chris Rolland, analista da Susquehanna, na quinta-feira em uma nota de pesquisa.

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A espera por chips: O tempo de espera por semicondutores caiu em julhodfd

A pesquisa de Rolland indica que o declínio na demanda em algumas áreas da indústria - principalmente para componentes usados em computadores pessoais e smartphones - ainda não está se traduzindo no fim da escassez em todo o setor. Os prazos gerais de entrega ainda são mais que o dobro do que seriam em um mercado “saudável”, escreveu ele.

Indisponibilidades de chips atingiram empresas como Cisco Systems Inc. e Ford Motor Company, custando-lhe bilhões de dólares em receita por não conseguirem obter semicondutores suficientes para seus produtos. Mas a visão desses compradores contrasta fortemente com o que alguns fabricantes de chips relataram na atual temporada de resultados.

Nvidia (NVDA), Intel (INTC) e outros indicaram uma queda acentuada na demanda dos fabricantes de computadores pessoais. Micron Technology disse que também está começando a ver uma demanda mais lenta de componentes pelos proprietários dos grandes “data centers”, que são a espinha dorsal da Internet e das redes corporativas.

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Destacando os declínios em computadores, as remessas de processadores para desktop caíram para seu nível mais baixo em quase três décadas no segundo trimestre, de acordo com a Mercury Research. As remessas totais de processadores tiveram sua maior queda anual desde cerca de 1984, de acordo com analista Dean McCarron.

A Intel foi atingida de forma desproporcional. Sua rival Advanced Micro Devices Inc., ao contrário, obteve ganhos em geral.

“A AMD ganhou participação no segundo trimestre e estabeleceu um novo recorde de 31,4%”, disse McCarron na quinta-feira em um relatório. Embora o mercado geral de processadores de servidores caros tenha desacelerado, a AMD aumentou suas vendas e ganhou participação pelo 13º trimestre consecutivo, escreveu ele.

Os investidores já decidiram que a indústria de chips entrou em uma de suas retrações periódicas. O Índice de Semicondutores da Filadélfia (SOX) já caiu 24% este ano.

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