O que vem para as ações tech?

Também no Breakfast: Mercados prosseguem com animação, mas Fed faz advertências; Como o juro alto e o cenário macro afetam a rentabilidade dos bancos e Como fica a fortuna de Musk com a venda de ações da Tesla

Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

É o fim do bear market mais longo para ações de tecnologia nos Estados Unidos desde a crise financeira de 2008.

Investidores e traders norte-americanos se voltaram com mais apetite para ativos de risco e impulsionaram a ascensão dos índices acionários nos Estados Unidos, e em particular os ativos de empresas de tecnologia, depois da notícia de uma inflação ao consumidor mais moderada em julho. A taxa anualizada do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em 8,5%, abaixo das estimativas de Wall Street e dos 9,1% do mês anterior.

E isso pode significar menos pressão sobre o Federal Reserve (Fed) na condução da política monetária e, por tabela, na decisão sobre as taxas de juros. E se o banco central americano conseguir ser menos agressivo, o risco de recessão se dilui.

PUBLICIDADE

Mas a inflação em níveis ainda recordes continua requerendo atenção, sobretudo em um contexto de mercado de trabalho forte e de salários crescentes. Por este motivo, a crença de que o mercado pode ter deixado seus piores dias para trás de forma definitiva reaviva a onda dos stonks, memes que simbolizam a tese de ideias que parecem geniais, mas se mostram desastrosas.

Fim do bear market para tech: Nasdaq sobe 20% desde o fundo do poçodfd

Na trilha dos Mercados

De vilão, nada. O dado de inflação dos Estados Unidos foi o “mocinho” da jornada de ontem, estimulando o apetite por risco e impulsionando os índices acionários. A animação foi tamanha que tirou o Nasdaq do território de baixa, o bear market.

🆙 Sopro de otimismo. O informe sobre os preços ao consumidor norte-americano, que surpreendeu positivamente todo o mercado, é um incentivo à assunção de riscos. Se depender da agenda macroeconômica, com escassas referências, o mercado pode seguir pela senda positiva. A não ser que o índice de preços ao produtor dos EUA, previsto para hoje, traga consigo um balde de água fria. A disparada do mercado acionário ontem também pode instigar alguns investidores a embolsarem ganhos.

✌️ Cedo para cantar vitória. Membros do Fed foram rápidos em dizer que as pressões sobre os preços são intensas - e ainda rondam. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, advertiu que é cedo demais para que o Fed “declare vitória” na sua luta com a inflação, informou hoje o Financial Times. Ela não descarta uma terceira alta de 0,75 ponto percentual do juro em setembro, embora tenha dito que um aumento de 0,50 ponto seria seu “ponto de partida”.

🗣️🗣️ Em uníssono. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, quer a taxa de juros de referência do Fed em 3,9% até o final deste ano e em 4,4% até o final de 2023 (atualmente está no intervalo entre 2,25% e 2,50%). Seu colega Charles Evans, do Fed de Chicago, diz que a inflação continua “inaceitavelmente alta” e que o Fed seguirá “aumentando as taxas no resto deste ano e no próximo”.

→ A análise completa você lê no Radar dos Mercados

Um panorama do começo do diadfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+1,63%), S&P 500 (+2,13%), Nasdaq Composite (+2,89%), Stoxx 600 (+0,89%), Ibovespa (+1,46%)

O IPC dos EUA menor que o esperado deu o tom otimista aos mercados. Em Wall Street, as bolsas chegaram a subir quase 3%, caso da Nasdaq, em um rali nas ações de tecnologia que levou o indicador a quase 20% acima do piso alcançado em junho, devolvendo-o ao território de bull market. Já o S&P 500 saltou para uma máxima de três meses.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: IPP, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Relatório Mensal da IEA (International Energy Agency), Relatório Mensal da OPEP, Estoque de Gás Natural

Europa: Alemanha (Saldo das Transações Correntes/Jun)

Ásia: China (Investimento Estrangeiro Direto, Crescimento dos Empréstimos)

América Latina: Brasil (Crescimento do Setor de Serviços/Jun); México (Produção Industrial/Jun); Argentina (IPC/Jul)

Bancos centrais: México define suas taxas de juros. Entrevista da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, à Bloomberg Television

Balanços do dia:

📌 Para a semana:

Sexta-feira: Zona do Euro (Produção Industrial); EUA (Sentimento do Consumidor - Universidade de Michigan dos EUA)

Destaques da Bloomberg Línea

Mercado apaga aposta de alta de juros em setembro com recuo da inflação

Inflação nos EUA esfria e alivia pressão sobre Federal Reserve

Bolsonaro endurece discurso com proximidade das eleições

Disney aumenta receita com reabertura dos parques e Marvel

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Como o juro alto e o cenário macro afetaram a rentabilidade dos bancos • Musk vende US$ 6,9 bi em ações da Tesla como proteção contra acordo com Twitter • Como fica a fortuna de Musk depois da venda de ações da Tesla • Livraria Cultura: promessa de ‘tempos áureos’ por enquanto é obra de ficção

• Opinião Bloomberg: Quando falamos de inflação, até as surpresas boas são ruins

• Pra não ficar de fora: Copa do Mundo pressiona aluguéis no Catar e afasta inquilinos locais

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe