Bolsonaro avança em nova pesquisa e outros 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta segunda-feira (8)

Enquanto o relógio corre rumo às eleições presidenciais, o presidente Jair Bolsonaro avança 3 pontos em relação ao ex-presidente Lula, que oscilou três pontos para baixo
08 de Agosto, 2022 | 10:12 AM

Bloomberg Línea — A semana começa com as perspectivas do Boletim Focus, relatório do Banco Central do Brasil, que refletem expectativas do mercado para o PIB, câmbio, taxa básica de juros e preços ao consumidor. Ao longo dos próximos dias, os números de atividade e inflação também serão destaque nos Estados Unidos, China e Europa.

Nesta manhã foi divulgada a mais recente pesquisa de intenção de voto para as eleições presidenciais. Desta vez, os números são da FSB Comunicação em encomenda pelo banco BTG, e mostram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu 3 pontos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) avançou 3 pontos em duas semanas.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta segunda-feira:

1. Boletim Focus

O Boletim Focus, divulgado mais cedo pelo Banco Central do Brasil, mostrou uma queda na expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022, de 7,15% na semana passada para 7,11% hoje, embora a expectativa para 2023 tenha subido, de 5,33% anteriormente para 5,36% agora. Já as estimativas para a Selic de 2022, 2023, 2024 e 2025 são de 13,75%, 11%, 8% e 7,50%, respectivamente.

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A previsão para o crescimento do PIB, o Produto Interno Bruto de 2022 subiu marginalmente, de 1,97% para 1,98%. Para 2023, a projeção ficou estável em 0,40%, depois de semanas seguidas de previsão de queda. O levantamento semanal do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras também trouxe estimativas para o câmbio, com o valor de R$5,20 se mantendo por mais uma semana para 2022, e também R$ 5,20 para 2023, R$ 5,10 para 2024 e R$ 5,15 para 2025.

2. Eleições

A nova pesquisa de intenção de voto do Instituto FSB encomendada pelo banco BTG divulgada nesta segunda-feira mostra o ex-presidente Lula (PT) com 7 pontos de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno das eleições. No entanto, o ex-presidente caiu 3 pontos em duas semanas, e aparece com 41% das intenções de voto ante 34% de Bolsonaro, com avanço de 3 pontos.

Em uma simulação para o segundo turno das eleições entre Lula e Bolsonaro, o candidato petista venceria com 51% dos votos, e Bolsonaro ficaria com 39%. A pesquisa realizou 2.000 entrevistas de 5 a 7 de agosto de 2022, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.

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Por outro lado, a pesquisa também mostrou que o candidato com maior rejeição entre os eleitores que responderam ao levantamento é o presidente Jair Bolsonaro, com 53% dos participantes afirmando que não votariam nele “de jeito nenhum”. Neste quesito, Lula aparece com 45%.

3. Mercados

Os futuros americanos operam em terreno positivo nesta manhã, assim como as bolsas europeias, com os investidores avaliando novos aumentos nas taxas de juros pelo Federal Reserve, o BC americano, depois dos sólidos dados de emprego nos EUA, que superaram as expectativas mais otimistas e reforçam a tese de maior aperto monetário para controlar a inflação.

Os futuros do S&P subiam 0,58%, o Dow Jones futuro tinha alta de 0,47%, e o Nasdaq futuro, de 0,73%. Na Europa, o Stoxx600 tinha alta de 0,81%, e o FTSE, de Londres, subia 0,53%. Por lá, os investidores também colocam na balança os lucros corporativos e a divulgação de importantes dados econômicos, enquanto avaliam o risco de recessão. O Dollar Index, que compara a moeda norte americana com uma cesta de outras moedas, recuava 0,29% nesta manhã.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Grandes empresas enfrentam ações bilionárias no exterior por crimes ambientais e sociais
  • Folha de S. Paulo: Pobreza chega a recorde de quase 20 milhões nas metrópoles brasileiras
  • O Globo: Maioria das candidatas a governos, Senado e Presidência denuncia ataques por ser mulher
  • Valor: Indústria de consumo sobe preços, perde vendas e prevê mais reajustes

5. Agenda

A semana reserva dados e resultados importantes. Na terça-feira (9) o destaque será a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que repercutirá a decisão do Banco Central de aumentar, na última semana, a taxa Selic para o maior patamar em cinco anos. No mesmo dia, saem os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de julho. Mas não é só por aqui: os dados de atividade e inflação também serão destaque nos Estados Unidos, China e Europa ao longo da semana.

Hoje, na agenda local, o destaque veio mais cedo, com o Boletim Focus do Banco Central do Brasil às 8h30. Em termos gerais, a segunda-feira tem uma agenda de indicadores tranquila, com destaque para os números do Índice de Tendência de Emprego de julho, nos EUA. Na Zona do Euro, destaque para os dados de Confiança do Investidor Sentix para agosto, e as Vendas no Varejo do BRC de julho no Reino Unido .

A temporada de balanços continua, com o SoftBank, Barrick Gold, Siemens Energy, Porsche, Palantir, BB Seguridade, Direcional, Itaú Unibanco, Neogrid e São Martinho previstos para divulgar seus resultados ainda hoje.

E também...

A semana começa com maior instabilidade para os preços do petróleo, seguindo os receios pela demanda diante de uma possível desaceleração da economia global. Os preços do petróleo tipo Brent recuavam 0,73%, a US$ 94,21 o barril, enquanto o petróleo tipo WTI também recuava, queda de 0,63%, a US$ 88,44 o barril, perto das 9h00 no horário de Brasília.

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Os investidores se afastaram das commodities nos últimos meses, já que a desaceleração do crescimento alimenta a preocupação de que o uso de energia cairá, inclusive para a gasolina.

--Com informações da Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.