Gasolina mais barata e outros 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta sexta-feira (29)

Gasolina
29 de Julho, 2022 | 09:38 AM

Bloomberg Línea — A semana termina com a Petrobras roubando a cena depois de reportar seus resultados do último trimestre na noite de quinta-feira (28), e de anunciar dividendos robustos a seus acionistas. Além disso, a gasolina vendida às refinarias pela estatal também fica mais barata a partir de hoje. Os futuros americanos sobem, assim como o futuro do Ibovespa e as bolsas da Europa, indicando que a última sessão do mês pode ser de ganhos.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta sexta:

1. Petrobras

A Petrobras (PETR3; PETR4) reportou seus resultados do último trimestre na noite de ontem, com lucro líquido de R$ 54,3 bilhões entre abril e junho, acima dos R$ 44,6 bilhões no primeiro trimestre do ano. Já o lucro líquido recorrente, que exclui fatores extraordinários, foi de R$ 45,039 bilhões no mesmo período, crescimento de 3,4% em relação ao trimestre anterior. De acordo com a estatal, o aumento “é explicado principalmente pela alta do Brent no período, além das maiores margens de derivados e de gás natural”.

A companhia também anunciou a distribuição recorde de R$ 87,8 bilhões em dividendos para os acionistas. Os resultados e o anúncio dos dividendos “generosos” impulsionaram os recibos de depósitos de ação (ADRs) no pré-mercado de Nova York, com alta de quase 7% perto das 8h30. Além disso, a partir de hoje o preço da gasolina da Petrobras vendida às refinarias fica 3,88% mais baixo, com o valor médio do litro passando de R$ 3,86 para R$ 3,71. Esta é a segunda redução de preços consecutiva.

PUBLICIDADE

2. Eleições

Ainda que a semana tenha sido carregada de balanços, o que acabou ofuscando o cenário político local, as águas ainda estão rolando - e merecem atenção. Os bilhões injetados na economia pelo presidente Jair Bolsonaro recentemente ainda não refletiram em seu desempenho eleitoral. De acordo com a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada na noite de quinta, o presidente Bolsonaro (PL) atingiu 29% das intenções de voto, 18 pontos percentuais abaixo do ex-presidente Lula (PT), que chegou a 47%.

Considerando somente os votos válidos, que não incluem no cálculo as respostas de quem não declarou voto, Lula chega a 52% das intenções de voto, contra 32% de Bolsonaro - ou seja, um possível quadro de vitória do petista no primeiro turno se as eleições fossem hoje.

3. Mercados

O Ibovespa futuro subia 0,05% a 103.546 pontos perto das 9h05, em linha com os futuros americanos e as bolsas europeias. Nos Estados Unidos, Os futuros do S&P subiam 0,64%, enquanto os futuros do Nasdaq 100 avançavam 0,97%. Os futuros atrelados ao Dow Jones também subiam, alta de 0,23%, indicando que Wall Street se preparava para encerrar a semana com altos ganhos semanais.

PUBLICIDADE

Na Europa, os mercados também avançavam, com os investidores digerindo os dados corporativos da semana e também os dados de crescimento da Zona do Euro, divulgados mais cedo. O crescimento na região acelerou 0,7% no último trimestre de acordo com dados oficiais, mesmo em meio aos números de inflação recorde. O Stoxx600 subia 0,91% perto das 9h00, enquanto o FTSE registrava alta de 0,45%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Ciro Nogueira e Arthur Lira escondem Bolsonaro em campanhas de aliados no Nordeste
  • Folha de S. Paulo: Datafolha: Bolsonaro reduz diferença entre pobres, e Lula se aproxima entre mais ricos
  • O Globo: Novo corte no preço da gasolina deve reduzir inflação de agosto, a dois meses da eleição
  • Valor: Novo sistema para portabilidade de planos de saúde deve sair em 90 dias

5. Agenda

Depois de uma semana carregada de dados corporativos e indicadores econômicos, a agenda do dia deve seguir o tom dos últimos dias. No Brasil, saíram os dados de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h, com queda para 9,3% no segundo trimestre, o menor patamar desde 2015. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a PNAD Contínua, mostram também que o número de pessoas desempregadas recuou 15,6% no trimestre, para 10,1 milhões de pessoas.

Nos EUA, saem os números Indicador de Preços PCE para junho, Renda do Consumidor, Indicador de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan, Índice do Custo do Emprego do segundo trimestre e PMI de Chicago para julho.

Destaque também para os balanços do dia, que contam com números da Sony, Exxon Mobil, Procter&Gamble, Chevron, AbbVie, AstraZeneca, Colgate-Palmolive, BNP Paribas, Eni, Intesa Sanpaolo, LyondellBasell, Engie, BBVA, NatWest, Citrix. Nutresa, Santander Chile, Itaú CorpoBanca.

E também...

Os futuros dos preços do petróleo tipo Brent e WTI subiam nesta manhã, indicando mais uma sessão consecutiva de altas. De um lado, estão os temores de uma recessão global e, de outro, os sinais de uma oferta cada vez mais apertada. O WTI para entrega em setembro subia 2,2% para US$ 98,55 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York perto das 8h20, enquanto o Brent para liquidação de setembro, que expira na sexta-feira, avançava 2,1% para US$ 109,42 na bolsa ICE Futures Europe.

Por falar em altas, o saldo da semana também foi positivo para o bitcoin, a principal criptomoeda do mundo. A moeda rondava a faixa dos US$ 24 mil nesta sexta-feira, atingindo sua maior alta em seis semanas. A alta foi impulsionada pela decisão de alta de juros do Federal Reserve, o BC americano, nesta semana.

--Com informações da Bloomberg News

PUBLICIDADE

Leia também

Mercados se apoiam em balanços, questionam recessão e sobem

Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.