É hora de ajustar o portfólio?

Também no Breakfast: Alívio a restrições na China anima os mercados; Fintech vê espaço para nova conta multimoeda e Sequoia: ‘Estamos dizendo às empresas: não é sua culpa, mas é seu problema’

Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

A proximidade do fim de junho e, portanto, do primeiro semestre pode servir como oportunidade para o reposicionamento do portfólio de ativos e de ações na bolsa brasileira.

Afinal, com uma nova perspectiva de encerramento do ciclo de alta dos juros básicos, como voltou a sinalizar ontem Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, quais ativos oferecem as melhores perspectivas de rendimento na segunda metade do ano? Seria hora de voltar a apostar no chamado kit Brasil, ou seja, em ativos mais dependentes do ciclo doméstico?

Para a Ibiuna Investimentos, porém, o momento ainda exige cautela. É uma visão compartilhada por analistas do Itaú BBA, segundo relatório enviado a clientes.

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“Não há visibilidade para fazer uma aposta grande em Brasil neste momento”, disse Rodrigo Azevedo, sócio-fundador da gestora ao lado de Mário Torós, ambos ex-diretores de política monetária do Banco Central. “As coisas podem balançar muito por aqui e, ao mesmo tempo, vemos um monte de oportunidade quando olhamos para o resto do mundo.”

Azevedo e Torós não estão sozinhos. Para o Itaú BBA, que revisou a projeção do Ibovespa no fim do ano de 115.000 para 110.000 pontos, ainda é preciso cuidado na exposição a ações de empresas domésticas, ao mesmo tempo em que há oportunidades de papéis de commodities com valuations atrativos.

Leia a matéria completa com as principais apostas da Ibiuna Investimentos para os próximos meses e as ações preferidas do Itaú BBA

Fundo multimercado carro-chefe da casa subiu 25% nos últimos 12 meses, mais que o triplo do retorno de uma cesta de pares locaisdfd

Na trilha dos Mercados

As nuvens não se dissiparam, há mais incertezas que certezas, mas o relaxamento dos protocolos da China para deter os contágios por Covid-19 anima os mercados. Com o gigante asiático voltando à normalidade, diminuem as preocupações em torno das interrupções nas cadeias de abastecimento e do crescimento global.

🛤️ Voltando aos trilhos. A China reduziu pela metade o tempo que os recém-chegados devem passar isolados - a maior mudança até agora em uma política de restrição que deixou o país isolado e fez crescer as ameaças à economia mundial. A ideia de um novo impulso à demanda levantava tanto as cotações do petróleo como das moedas sensíveis às commodities.

🤕 Fragilidade. Contudo, ainda que a China tenha soprado um ar de otimismo, o cenário continua incerto e o mercado, suscetível - especialmente no setor de renda variável. O contexto de juros cada vez mais altos, remédio dos bancos centrais para paliar a inflação recorde, acende o temor de uma recessão. Além disso, é grande a expectativa quanto aos balanços empresariais, cuja temporada do segundo trimestre já está começando.

🔮 Direção sobre o futuro. A atenção do mercado também está dirigida ao evento promovido em Portugal pelo Banco Central Europeu (BCE). O destaque de hoje é a presidente Christine Lagarde, de quem o mercado espera ouvir alguma pista sobre o pacote para evitar fragmentações no mercado de dívida do bloco. Mas o dia forte será amanhã, quando, além de Lagarde, discursam o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e do Bank of England (BoE), Andrew Bailey.

Um panorama desta manhã de terça-feiradfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,20%), S&P 500 (-0,30%), Nasdaq Composite (-0,72%), Stoxx 600 (+0,52%), Ibovespa (+2,12%)

As bolsas norte-americanas iniciaram a última semana do mês com quedas, em um dia de baixo volume financeiro e com os investidores recalibrando suas carteiras para o próximo semestre. O mercado continua atento à possibilidade de uma recessão e à agressividade com a qual o Fed decide aumentar suas taxas de juros para conter a inflação mais alta em décadas. Os pedidos de bens duráveis às fábricas dos EUA aumentaram mais do que o esperado em maio, sugerindo que o investimento empresarial mantém-se firme até agora.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Balança Comercial de Bens/Mai; Nível de Estoques do Varejo excluindo Automóveis/Mai, Estoques no Atacado; Índice Redbook; Índice de Preços de Imóveis/Abr; Estoques de Petróleo Bruto Semanal - API

Europa: Alemanha (Clima do Consumidor GfK/Jul); França (Confiança do Consumidor/Jun)

Ásia: Japão (Vendas no Varejo/Mai)

América Latina: Brasil (Empréstimos Bancários/Mar); México (Taxa de Desemprego/Mai); Argentina (Transações Correntes/1T22)

Bancos centrais: Pronunciamentos de Christine Lagarde (presidente do BCE), Philip Lane (BCE), Frank Elderson (BCE), Fabio Panetta (BCE), Mary Daly (Fed de São Francisco), Jon Cunliffe (BoE)

📌 Para a semana:

Quarta-feira: PIB dos EUA e discursos de presidentes em evento do Banco Central Europeu: Christine Lagarde (BCE), Jerome Powell (Fed) e Andrew Bailey (BoE). Loretta Mester (Fed Cleveland) e James Bullard (Fed St Louis) também têm previstos pronunciamentos.

Quinta-feira: PMI da China. Renda do consumidor americano, deflator PCE, reivindicações iniciais de seguro-desemprego

Sexta-feira: CPI da Zona Euro; gastos com construção nos EUA, Índice ISM de Manufatura

Destaques da Bloomberg Línea

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• Opinião Bloomberg: Abandonar os combustíveis fósseis não será um processo barato

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe