Breakfast

Startups no ‘modo sobrevivência’

Também no Breakfast: Mercados em alta em semana que joga o foco nos bancos centrais; EUA e outras nações do G-7 prometem proibir novas importações de ouro russo e Bolicoin: Os nomes por trás da cripto venezuelana

27 de Junho, 2022 | 05:55 AM
Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

A combinação de inflação e juros mais elevados ao redor do mundo mudou as regras do jogo. Antes protagonistas de avanços meteóricos, agora as startups atravessam um período conturbado, com muita volatilidade no mercado, menos liquidez e diante de uma imperativa necessidade de cortar custos - daí a onda de demissões no setor.

Neste contexto, o brasileiro Paulo Passoni, reconhecido como um dos maiores investidores de longo prazo em startups, ex-sócio-gerente de fundos para a América Latina do SoftBank, avalia que é hora de uma “mudança de regime” em que apenas os “sobreviventes” poderão sair na frente.

Em conversa com a Bloomberg Línea, Passoni disse que haverá “surpresas” com a venda de algumas empresas, já sem um tostão, “por quase nada”. De acordo com suas projeções, o crescimento retornará em 2025. “Quando os empreendedores ficam sem dinheiro, eles vão ter que lidar com sua realidade”, disse.

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Depois de sua passagem pelo gigante global de investimentos, o que lhe deu o status de player chave para grandes investimentos na região, Passoni agora empreende por conta própria e busca desenvolver seu apoio a startups.

Ele esteve no Uruguai há duas semanas para conversar com empreendedores sobre a promoção do cluster local, que segundo ele, se posiciona como uma “reserva de talentos” e novas ideias para a região, principalmente em infraestrutura para fintechs.

➡ Leia a entrevista completa com Paulo Passoni e conheça os seus prognósticos para o mercado de capital de risco.

Paulo Passoni, managing partner do Valor Capital Group

Na trilha dos Mercados

Os bancos centrais voltam ao centro do palco esta semana. De hoje a quarta-feira, líderes das mais importantes autoridades monetárias mundiais, entre eles Jerome Powell e Christine Lagarde, estarão reunidos em Sintra (Portugal), em um evento anual organizado pelo Banco Central Europeu (BCE), para tratar dos desafios em um cenário que não só mudou drasticamente, como reserva muita incerteza.

🇷🇺 Rússia no radar. Além dos pronunciamentos de quem decide quanto custará o dinheiro no mundo, o mercado estará atento também aos desdobramentos do primeiro calote internacional da Rússia em mais de 100 anos. Um período de carência de cerca de US$ 100 milhões em pagamentos de títulos - bloqueados por causa de amplas sanções - terminou na noite deste domingo (26). Esse é um marco sombrio para Rússia, que dado os bloqueios que lhe foram impostos pela sua invasão à Ucrânia, se tornou rapidamente um pária econômico, político e financeiro em quase todo o mundo.

📊 Inflação e outros dados. No front macroeconômico, hoje saem os pedidos de bens duráveis nos EUA, que darão outra medida da temperatura da maior economia mundial. Durante a semana, dados de inflação despertarão o interesse nos EUA e na Europa. Seguirão para o alto? A maioria dos analistas acredita que a corda ainda estará tensionada.

➡️ Nova temporada. Vêm aí os primeiros balanços do segundo trimestre, hoje apresentados por Nike, Prosus, Naspers e L’Occitane. Os operadores buscam respostas: a fórmula inflação alta + juros crescentes já estará afetando os números das empresas?

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Um panorama do comecinho desta manhã
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones Industrials (+2,68%), S&P 500 (+3,06%), Nasdaq Composite (+3,34%), Stoxx 600 (+2,62%), Ibovespa (+0,60%)

Os investidores se animaram com a pesquisa da Universidade de Michigan sobre as expectativas de inflação de longo prazo dos consumidores, que diminuíram em relação a um máximo de 14 anos projetado inicialmente. Os entrevistados esperam que a inflação aumente 3,1% nos próximos cinco a 10 anos, frente a uma leitura preliminar de 3,3%. O S&P 500 subiu 3,06%, no seu melhor dia desde maio de 2020, com um ganho semanal de 6,5%, o maior em quase um mês. James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, adicionou mais otimismo ao dizer que uma recessão nos EUA era pouco provável.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Mai, Vendas Pendentes de Moradias/Mai, Índice de Atividade das Empresas Fed Dallas/Jun

Europa: Alemanha (Vendas no Varejo/Mai, Preços de Bens Importados/Mai); Espanha (IPP)

Ásia: Japão (Indicador Coincidente/Mai); Hong Kong (Balança Comercial)

América Latina: Brasil (Boletim Focus, Fluxo Cambial Estrangeiro); México (Balança Comercial/Mai)

Bancos centrais: Relatório Mensal do Banco Central da Alemanha. Pronunciamentos de Christine Lagarde (presidente do BCE), Isabel Schnabel (BCE) e John Williams (FOMC/Fed)

📌 Para a semana:

Terça-feira: Pronunciamento da dirigente do Fed de São Francisco, Mary Daly

Quarta-feira: PIB dos EUA e discursos de presidentes em evento do Banco Central Europeu: Christine Lagarde (BCE), Jerome Powell (Fed) e Andrew Bailey (BoE). Loretta Mester (Fed Cleveland) e James Bullard (Fed St Louis) também têm previstos pronunciamentos.

Quinta-feira: PMI da China. Renda do consumidor americano, deflator PCE, reivindicações iniciais de seguro-desemprego

Sexta-feira: CPI da Zona Euro; gastos com construção nos EUA, Índice ISM de Manufatura

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe