Petróleo precisa ir a US$ 135 para resolver déficit de oferta, diz Goldman

Retomada da demanda da China e redução duradoura de oferta da Rússia ampliam desequilíbrios do mercado global, aponta banco

Mercado de petróleo e combustíveis continua pressionado apesar do aumento da produção global
Por Bloomberg Línea
07 de Junho, 2022 | 08:40 AM

Bloomberg Línea — Os desafios causados pela alta dos combustíveis e seus impactos nos negócios devem continuar no radar de empresas e governos por mais tempo.

As cotações do petróleo do tipo Brent, atualmente no patamar de US$ 120 o barril, deveriam subir para US$ 135 no período de 12 meses a partir de julho para que o desequilíbrio entre oferta e demanda possa ser resolvido por meio das forças de mercado, com a normalização dos estoques, apontaram em relatório do último dia 6 os analistas Damien Courvalin e Jeff Currie, do Goldman Sachs, em notícia da Bloomberg.

O nível atual de cotações já representa uma alta da ordem de 50% em relação ao fim de 2021. A nova previsão de preço apontada pelo Goldman para 2023 está US$ 10 acima da anterior.

O tema do aumento dos combustíveis tem sido uma preocupação global, dada a sua importância para diferentes cadeias produtivas. No Brasil, a questão ganhou peso ainda maior neste ano de eleição presidencial.

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Na noite de ontem (6), o presidente Jair Bolsonaro anunciou uma medida para ressarcir governos estaduais que concordarem em zerar a cobrança de ICMS sobre a venda do óleo diesel e do gás de cozinha - trata-se do principal imposto que incide sobre os produtos.

Os preços de energia e, em particular, os de combustíveis representam uma das principais fontes de pressão sobre a inflação, que, no Brasil, está de forma persistente acima de 10% ao ano. Isso tem levado o Banco Central a aumentar as taxas de juros há mais de um ano - o nível atual é de 12,75% ao ano, mas parte do mercado já aponta que a Selic terá que chegar a 14% para ancorar as expectativas do mercado.

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