HSBC alerta para mais perdas com dívida imobiliária na China

Banco com sede em Londres vez uma provisão de US$ 160 milhões contra imóveis comerciais na China no primeiro trimestre

Banco com sede em Londres fez uma provisão de US$ 160 milhões contra imóveis comerciais na China no primeiro trimestre
Por Denise Wee e Harry Wilson
26 de Abril, 2022 | 10:49 AM

Bloomberg — O HSBC (HSBC), o maior banco estrangeiro na China, alertou para possíveis novos impactos vindos do mercado imobiliário do país, à medida que a inadimplência continua a subir em meio ao agravamento do surto de covid.

“É ousado dizer que já vimos o pior” disse Ewen Stevenson, diretor financeiro do HSBC, em entrevista à Bloomberg News. “Poderia haver mais provisões este ano? Sim, é possível.”

O banco com sede em Londres fez uma provisão de US$ 160 milhões contra imóveis comerciais na China no primeiro trimestre, além de uma despesa de US$ 450 milhões no trimestre anterior. O HSBC tinha US$ 21,3 bilhões em exposição ao setor imobiliário da China em 31 de dezembro, e Stevenson disse que o portfólio está sob controle por enquanto.

Ewen StevensonFotógrafo: Simon Dawson/Bloombergdfd

O setor imobiliário da China sofre uma crise de liquidez, e uma queda nas vendas de imóveis pesa sobre a segunda maior economia do mundo.

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Pelo menos 17 empresas chinesas deram calote em títulos no mercado internacional desde que as autoridades começaram a reprimir empréstimos excessivos e especulação no mercado imobiliário em 2020.

A desaceleração no mercado imobiliário continuou no mês passado, apesar de medidas de alívio implementadas por governos locais, e pode se agravar. A disseminação de lockdowns e uma forte liquidação de ações chinesas ameaçam minar a confiança do consumidor e corroer ainda mais as vendas de imóveis.

As perspectivas econômicas da China se deterioraram nas últimas semanas. Economistas estimam que o crescimento desacelere para 5% em 2022, abaixo da meta do governo de cerca de 5,5%.

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“Achamos que os atuais lockdowns inevitavelmente terão um impacto no crescimento da China”, disse Stevenson. “Cabe a cada país descobrir o que é do melhor interesse de seu povo e como lidar com a Covid.”

A China é crucial para a estratégia global do HSBC de direcionar mais recursos para a Ásia. Juntamente com outros grandes bancos, o HSBC aumentou investimentos e contratações em busca de bilhões de lucros potenciais em várias áreas, desde negócios de corretagem até gestão de patrimônio e seguros à medida que o país abre seus mercados financeiros.

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