Guerra significa mais alta de juros na América Latina, diz BofA

Brasil aumentará Selic em mais 2,5 pontos, para 13,25%, segundo relatório, enquanto antes do conflito taxa terminal era 12,25%

Brasil terá de aumentar ainda mais os juros, diz BofA
Por Patrick Gillespie
08 de Março, 2022 | 08:45 PM

O aumento nos preços globais de alimentos e de energia desencadeado pela invasão da Ucrânia pela Rússia forçará os já hawkish bancos centrais da América Latina a aumentar ainda mais as taxas de juros, de acordo com um relatório Bank of America Corp.

O aumento de preço atingirá os consumidores e criará uma dor de cabeça para os bancos centrais em uma região onde essas categorias têm um peso “muito grande” nas cestas de consumo, segundo o relatório.

“Esperamos uma inflação mais alta em todos os setores. Os bancos centrais da região se tornarão mais hawkish para conter o choque”, escreveram analistas do Bank of America Claudio Irigoyen, David Beker e Jane Brauer.

O Brasil aumentará a Selic em mais 2,5 pontos percentuais, para 13,25%, segundo o relatório, enquanto antes do conflito o banco previa uma taxa terminal de 12,25%.

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O BofA também elevou suas projeções de taxas de juros para México, Colômbia e Peru, e aumentou a projeção para a inflação regional deste ano de 4,9% para 6,2%, de acordo com uma nota publicada na terça-feira.

Os analistas elevaram suas previsões de crescimento para exportadores de petróleo, como Colômbia e Equador, enquanto dizem que importadores de energia como Peru, Chile e Caribe sofrerão.

Os ganhos do Brasil com os preços mais altos das commodities serão compensados por importações de fertilizantes mais caras, bem como por uma política monetária mais apertada, segundo o relatório.

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O Ibovespa também deve ter desempenho superior ao do resto da região, já que o conflito Rússia-Ucrânia acelera o rebalanceamento das carteiras globais enquanto o Brasil estava relativamente menos representado, segundo os analistas.

O banco também recomendou a dívida de crédito de países exportadores de energia como Colômbia e Equador, em relação a importadores de energia como República Dominicana e Chile.

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