Presidente da China pede que países reduzam riscos da cadeia de suprimentos

Precisamos resolver vários riscos e promover a recuperação estável da economia mundial, disse Xi, no Fórum Econômico Mundial

no Fórum Econômico Mundial realizado virtualmente
Por Bloomberg News
17 de Janeiro, 2022 | 12:31 PM

Bloomberg — O presidente chinês, Xi Jinping, pediu às nações que protejam as cadeias de suprimentos globais e evitem choques inflacionários, já que o líder da segunda maior economia do mundo busca um caminho tranquilo para conquistar um terceiro mandato no poder, que desafia os precedentes.

“Precisamos resolver vários riscos e promover a recuperação estável da economia mundial”, disse Xi, no Fórum Econômico Mundial realizado virtualmente, na segunda-feira (17), a terceira vez que o líder chinês falou no evento.

“As cadeias industriais e de suprimentos globais foram interrompidas”, acrescentou. “Os preços das commodities continuam subindo. O fornecimento de energia continua restrito. Esses riscos se somam-se à incerteza sobre a recuperação econômica e a agravam ”.

A comunidade internacional travou uma batalha tenaz contra a covid-19, falou o presidente Xi Jinping. Os esforços conjuntos da comunidade internacional significam um grande progresso na luta global contra a pandemia.

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— Fórum Econômico Mundial (@wef) 17 de janeiro de 2022

Uma crise de energia no país fronteiriço da China, o Cazaquistão, levou ao alistamento de tropas russas para ajudar a conter uma revolta pública no início deste mês, trazendo riscos relacionados à cadeia de suprimentos para a porta dos fundos de Pequim. A China está buscando eliminar os riscos econômicos e diplomáticos, enquanto Xi se prepara para dar continuidade a seu status no congresso da liderança do Partido Comunista, no segundo semestre deste ano.

Xi também alertou sobre os riscos de inflação global e os efeitos indiretos de taxas de juros mais altas.

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“Se as principais economias pisarem no freio ou derem uma reviravolta em suas políticas monetárias, poderá haver sérias repercussões negativas”, disse ele. “Isso representaria desafios para a estabilidade econômica e financeira global, e os países em desenvolvimento arcariam com o peso disso.”

Riscos de crescimento

Sobre a economia da China, Xi minimizou as preocupações mesmo depois que os dados de segunda-feira (17) mostraram que o crescimento desacelerou para 4% no último trimestre, o ritmo mais fraco desde o início de 2020.

“Os fundamentos da economia chinesa permanecem inalterados – ela permanece resiliente, tem potencial suficiente e suas perspectivas de longo prazo são positivas”, disse ele.

Xi pediu coordenação na política econômica global, embora a China e os Estados Unidos tenham divergências quanto aos principais passos a serem dados na política econômica. O banco central da China cortou as taxas de juros pela primeira vez em quase dois anos na segunda-feira (17), enquanto o Federal Reserve dos EUA sinalizou aumentos nas taxas nos próximos meses.

“Devemos coordenar as metas, intensidade e ritmo das políticas fiscais e monetárias e os principais países desenvolvidos devem controlar os efeitos colaterais de suas políticas para evitar choques nos países em desenvolvimento”, disse Xi.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, também estão programados para falar no evento virtual, que acontece de 17 a 21 de janeiro. Embora a cúpula geralmente atraia a elite global para a estância de esqui suíça de Davos para uma semana de conversa, nos últimos dois anos a reunião se realizou em plataformas online devido às restrições da pandemia.

Xi foi o primeiro chefe de Estado chinês a discursar no fórum, em 2017, dias antes da posse de Trump como presidente dos EUA. Na época, ele alertou contra uma guerra comercial e condenou o protecionismo, que levou Pequim a se envolver em uma disputa tarifária com Washington.

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No ano passado, Xi usou o WEF para pedir ao mundo que evite uma “mentalidade ultrapassada da Guerra Fria”, ao sinalizar que a China seguirá seu próprio caminho independentemente das críticas ocidentais, dando o tom para o relacionamento de Pequim com o governo Biden.

Xi também reafirmou na segunda-feira (17) que a China deu boas-vindas ao investimento estrangeiro “legal”, enviando um sinal positivo aos investidores após um ano de repressão punitiva em setores como o das big techs, a educação e o entretenimento.

“Todos os tipos de capital são bem-vindos para operar na China em conformidade com as leis e regulamentos e desempenhar um papel positivo para o desenvolvimento do país”, disse Xi.

– Com a colaboração de Fran Wang.

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– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.

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