Preparados para um ‘boom’ em 2023?

Também no Breakfast: Mercados em alta na Europa e cambaleantes nos EUA; Goldman e UBS recomendam aproveitar queda para comprar ações e Citi deixará braço de varejo do México

Tempo de leitura: 2 minutos

Bom dia! Hoje é 12 de janeiro de 2022 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

O Brasil está barato com o câmbio nos níveis atuais, o que abre a possibilidade de um “boom” caso o próximo governo surpreenda positivamente na economia, avalia Tony Volpon, estrategista de investimentos da Wealth High Governance.

  • “Está tudo engatilhado para um boom cíclico, mas é preciso aquela pitada de acerto”, afirma Volpon, que foi diretor do Banco Central de 2015 a 2016. Para ele, outros ativos brasileiros como a bolsa e os títulos da dívida também estão com preços atrativos.
  • Para a retomada se confirmar, seria necessário que a próxima equipe econômica não reveja as reformas econômicas, mesmo que faça mudanças pontuais. “Estamos descontando nos preços um presidente destruidor de valor, então por isso digo, se ele não fizer nada de muito ruim, o mercado sobe”, diz Volpon.
  • Conforme o ex-diretor do BC, a recuperação do mercado ocorrerá quem quer que seja o presidente eleito. Hoje, as pesquisas eleitorais são lideradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem sinalizado revisões na reforma trabalhista, e o atual presidente Jair Bolsonaro, que conseguiu aprovar a reforma da Previdência, mas desagradou o mercado com a mudança na regra do teto de gastos.

🟢 Dessa forma, o país poderia repetir o curso verificado depois das eleições de 2002, quando Lula venceu pela primeira vez e fez um ajuste fiscal, ao contrário das expectativas vigentes.

“O Brasil tem um problema de crescimento sério e é isso o que as pessoas deveriam estar discutindo”, disse Volpondfd

Na trilha dos Mercados

A inflação norte-americana é o destaque do dia, embora um aumento do indicador no país já esteja descontado nos preços. Segundo estimativas dos economistas, o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA deve subir em dezembro para 7,1%. Se confirmado, este seria o maior ritmo de crescimento em quase quatro décadas.

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As mensagens de ontem do presidente do Fed, Jerome Powell, foram bem recebidas pelo mercado e podem seguir ecoando hoje. Num discurso cuidadoso, ele seguiu a toada de que o banco central não hesitará em agir, se necessário, para conter a inflação, o que significa elevar as taxas de juros, hoje próximas a zero.

Powell descreveu as medidas planejadas pelo Fed como um afastamento da política ultraexpansiva aplicada para lutar contra a pandemia, mas não a ponto de girá-la a um viés restritivo, capaz de esfriar a economia. Ele indicou, por exemplo, que o combate à escalada de preços não sacrificará a geração de empregos.Powell também observou que o Fed “provavelmente” começará a reduzir o seu balanço patrimonial de US$ 8,77 trilhões em 2022 logo após iniciar o aumento dos juros.

Entre os analistas, a mensagem que ecoou foi a de que o Fed não tomará nenhuma medida abrupta, inclusive no que se refere à compra de ativos para irrigar o mercado, o chamado tapering.Segundo o mandatário, ao longo deste ano a política do Fed apenas se aproximará do normal, embora, a partir do ponto em que nos encontramos agora, “exista um longo caminho até a normalidade”.

⬆️⬇️ Esta manhã, as bolsas na Europa operavam em alta. Os futuros de índices nos EUA chegaram a cair, mas logo voltaram à senda positiva.

Um panorama dos mercados em dia de indicador de inflação nos EUAdfd
🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,51%), S&P 500 (+0,92%), Nasdaq (+1,41%), Stoxx 600 (+0,84%), Ibovespa (+1,80%)

No radar

  • Índice de Preços ao Consumidor dos EUA
  • Relatório sobre os estoques de petróleo bruto da Administração de Informações de Energia (EIA) dos EUA
  • Livro Bege nos EUA
  • Balanço orçamentário federal (EUA)
  • Índice de Preços ao Consumidor e ao Produtor da China- Produção industrial na zona do euro (novembro)

Quinta-feira, 13

  • Audiência do Comitê Bancário do Senado dos EUA com Lael Brainard, indicada como vice-presidente do Fed
  • Discursam os presidentes regionais do Fed Thomas Barkin (Richmond); Patrick Harker (Filadélfia); Charles Evans (Chicago)

Sexta-feira, 14

  • John Williams, presidente do Fed de Nova York, fala em evento
  • Decisão política do Banco da Coreia, briefing
  • Balanços 4º trimestre 2021: Wells Fargo, Citigroup, JPMorgan

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

  • Goldman e UBS recomendam aproveitar queda para comprar ações: Sem se incomodarem com o início de ano instável do mercado de ações, estrategistas do Goldman Sachs e do UBS Global Wealth Management reiteraram suas apostas otimistas de que as bolsas podem resistir a taxas de juros mais altas e aos avanço dos rendimentos dos títulos nos Estados Unidos.
  • Citi deixará braço de varejo do México: O Citigroup está planejando sair das operações bancárias de varejo no México - onde tem sua maior rede de agências do mundo - como parte do esforço contínuo da presidente-executiva Jane Fraser para reformular a estratégia da empresa.
  • Ray Dalio elogia política de prosperidade comum da China: Ray Dalio, fundador da empresa de investimentos de US$ 150 bilhões Bridgewater Associates, elogiou a busca da prosperidade comum da China e instou países, incluindo os Estados Unidos, a reduzir suas diferenças de riqueza.
  • XP contrata ex-Nomura Rizzo como CEO para Estados Unidos: A XP (XP) contratou André Rizzo como presidente da XP US, a operação em Nova York que atende clientes institucionais. Rizzo, 45, vai liderar uma equipe de quase 50 pessoas e começa em janeiro, de acordo com comunicado enviado pela empresa na terça-feira. Ele substitui Caio Azevedo, que está deixando a XP depois de 13 anos.

Opinião Bloomberg

Ainda há espaço para o CEO carismático

Nos últimos 60 anos, vivemos em uma era de capitalistas carismáticos. O modelo da espécie era Steve Jobs. Eu estava em Moscou quando ele morreu em 5 de outubro de 2011, e me lembro de ver um pôster gigante de seu rosto sendo desenrolado ao lado de um arranha-céu e os russos reunidos em silêncio, segurando velas e alguns até choravam.

Pra não ficar de fora

Rob Gough, que contracena com Bruce Willis em “American Siege”, está lançando o ETF Strategy Shares Halt Climate Changedfd

O vilão de um novo filme de suspense policial está tentando tornar o mundo um lugar melhor fora da tela.

Rob Gough, que contracena com Bruce Willis em “American Siege”, está lançando o ETF Strategy Shares Halt Climate Change com David Miller, diretor de investimentos da Strategy Shares, que ele conhece de seu passado como empreendedor e investidor.

🌳 O ETF deve começar a ser negociado na Nasdaq nesta terça-feira sob o código “NZRO” e procurará investir principalmente em empresas nos EUA que adotaram práticas comerciais ecologicamente corretas.

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Por hoje é só. Bom dia!