‘Sobrevivente’ da pandemia, GuruHotel levanta US$ 2,1 mi para virar ‘Shopify’ de hotéis

Empresa pretende aumentar reservas diretas de hotéis para permitir economia com comissões

Cofundadores do Guru Hotel
Por Marcella McCarthy (Brasil) e Bianca Carlos
15 de Dezembro, 2021 | 11:40 AM

Miami — O GuruHotel saiu do Y Combinator logo que a pandemia começou. A startup fez parte do primeiro lote que ocorreu virtualmente. E embora seus criadores acreditassem que entrar no YC os ajudaria a obter financiamento (geralmente é o que acontece), a startup de hotelaria e turismo foi pega de calças curtas pela pandemia e pelas políticas rígidas de proibição de viagens adotadas em todo o mundo.

“Estivemos perto de morrer duas vezes, foi uma loucura”, disse Josué Gio, cofundador e CEO do GuruHotel.

Mas a empresa sobreviveu e cresceu rapidamente – e está anunciando a conclusão de uma rodada de financiamento de US$ 2,1 milhões com participação do Anthemis Group, Magic Fund, 500 Startups, Shruti Challa e outros.

“Quando terminamos o YC, os investidores disseram: ‘Nem pensar. Viajar será uma loucura nos próximos cinco anos’. Mas agora mudou muito”, disse.

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O Guru tem a missão de se tornar o Shopify de sites de hotéis, com a promessa de que, com um site mais bonito e funcional, os hotéis possam aumentar suas reservas diretas e ficar com mais dinheiro. O Guru permite que os hotéis se cadastrem, obtenham um site e comecem a receber reservas em uma hora, disse a empresa em comunicado.

“Quase 80% das reservas online vêm do Bookings.com e do Expedia.com, e eles cobram de 15% a 40% em comissões desses hotéis”, disse Gio.

O Guru, por outro lado, não cobra nenhuma taxa inicial e nenhum fee mensal de SaaS; em vez disso, cobra apenas 5% de cada reserva. “Com um modelo SaaS, a empresa não se preocupa com as conversões porque não é assim que eles ganham dinheiro, mas nós só ganhamos quando eles ganham”, afirmou Gio.

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A chave para esta empresa funcionar é a suposição de que os hotéis podem direcionar tráfego suficiente para seu próprio site, e Gio disse que isso não é um problema para eles. Ele explicou o conceito do chamado billboard effect, que significa que as pessoas aprendem sobre um hotel em outro lugar – como no Expedia – mas depois visitam o site desse hotel.

Temos dados que mostram que as pessoas pesquisam hotéis em agências on-line e depois recorrem ao Google e desejam reservar direto com o hotel porque acreditam que podem conseguir um preço melhor, outras ofertas e comodidades, e é nisso que os viajantes estão interessados”, disse Gio.

“Se você vir um site que não está atualizado, você imediatamente não confia naquele hotel”, acrescentou.

A empresa foi lançada no México em julho de 2019 e, bem, os primeiros anos foram muito difíceis. A startup conseguiu levantar uma rodada pré-semente de US$ 550 mil, que a manteve funcionando. A empresa atualmente tem 38 funcionários e é utilizada por cerca de 150 hotéis no México e no Caribe.

Seu GBV (valor contábil bruto, em inglês) passou de US$ 400 mil em 2020 para US$ 2,5 milhões em 2021 (e o ano ainda nem acabou).

“Alguns dos hotéis do Guru começaram com 5% de reservas diretas e agora têm 40%”, disse Gio.

A empresa planeja usar os recursos da rodada para aumentar sua equipe de produtos e aquisições. No futuro, ela quer ter maior participação no que diz respeito a reservas de hotéis.

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“No futuro, queremos construir uma experiência completa desde a reserva até o check-in, durante a estadia, no check-out ou quando estiver pronto para compartilhar sua experiência naquele hotel com seus amigos”, afirmou Gio.

Você tem alguma notícia sobre financiamento? Entre em contato: funding@bloomberglinea.com

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Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.

Bianca Carlos

Localization Specialist na Bloomberg Línea. Formada em Tradução pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta com uma década de experiência, principalmente em material jurídico e técnico.