Casa Branca estuda sanções se a Rússia invadir a Ucrânia

As sanções estão entre as opções que o presidente americano, Joe Biden, pode listar quando conversar com Putin na terça

EUA estudam sanções contra Rússia
Por Nick Wadhams e Joshua Wingrove
07 de Dezembro, 2021 | 09:07 PM

Bloomberg — Os EUA e aliados europeus estudam sanções contra os maiores bancos da Rússia e contra a capacidade do país de converter rublos em dólares e outras moedas se o presidente Vladimir Putin invadir a Ucrânia. A informação é de pessoas familiarizadas com o assunto.

As sanções — inclusive contra alguns dos grandes bancos e o Fundo Russo de Investimento Direto — estão entre as opções que o presidente americano, Joe Biden, pode listar quando conversar com Putin na terça-feira, de acordo com as fontes. Os EUA também podem restringir a compra de dívidas russas por investidores no mercado secundário, acrescentaram.

As opções foram descritas por duas pessoas que pediram anonimato para discutir deliberações de caráter particular. A opção mais drástica seria impedir a Rússia de acessar o sistema de pagamentos Swift. Isso impactaria a vida de pessoas comuns e por isso as autoridades estão mais inclinadas a atacar a capacidade da Rússia de converter rublos em dólares, euros ou libras esterlinas, disseram as fontes.

O telefonema Biden-Putin será cercado de tensões após o serviço de inteligência dos EUA informar aliados que a Rússia pode ter um plano para invadir a Ucrânia com até 175.000 soldados no ano que vem.

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A Rússia negou planos de entrar em guerra, mas avisou que os EUA e nações europeias precisam reduzir o apoio à Ucrânia, estabelecendo limites de fato que incluem barrar a ex-república soviética de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Não se sabe até que ponto Biden detalhará no telefonema as sanções após uma possível invasão e a maioria das ações dependeria do consentimento dos aliados.

Na segunda-feira, Biden participou de uma teleconferência com dirigentes da França, Alemanha, Reino Unido e Itália, em que “discutiram a preocupação compartilhada sobre o aumento da presença militar russa nas fronteiras da Ucrânia e a retórica cada vez mais severa da Rússia”, afirmou a Casa Branca em comunicado. “Os líderes enfatizaram seu apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia”, de acordo com o comunicado divulgado na noite de segunda-feira.

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De maneira mais ampla, as medidas estudadas por Biden fazem parte do esforço do governo americano para recuperar parte das vantagens que Putin acumulou sobre a Ucrânia e mesmo sobre os EUA e seus aliados europeus. O líder russo deixou claro que está disposto a invadir a Ucrânia — o que já aconteceu em 2014 — para proteger o que ele entende como interesses vitais de segurança nacional. Putin também mostrou disposição de interferir nos mercados de energia, ameaçando cortar o abastecimento para a Europa.

“A razão pela qual Putin tem tanta influência é que ele está claramente disposto a pagar o preço”, disse Matthew Rojansky, diretor do Kennan Institute do Wilson Center em Washington. O diretor comentou que sanções anteriores dos EUA contra a Rússia surtiram pouco efeito. “Mas temos muito mais munição, muitas coisas que poderíamos fazer. É que ninguém nunca achou que chegaríamos a este ponto.”

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