ESG: Poucos investidores controlam segmento mais aquecido do mercado

Hegemonia de algumas poucas instituições indica desafio de ampliar a base de investidores no segmento

ETFs de ESG optaram por reunir grandes investidores, e agora precisam aumentar a base de investidores individuais
Por Tim Quinson
05 de Dezembro, 2021 | 06:02 PM

Bloomberg — O mercado de fundos negociados em bolsa com foco em ESG está entre as áreas de investimento mais aquecidas do mundo há dois anos.

Foram injetados cerca de US$ 120 bilhões nesses fundos em 2021 à medida que os investidores aumentaram suas apostas em empresas consideradas de forma a ter as maiores credenciais ambientais, sociais e de governança.

Fluxo de ETFs de ESG nos últimos 12 mesesdfd

Um olhar mais atento mostra que apenas um pequeno conjunto de investidores institucionais controla uma grande parte do mercado.

O ETF iShares ESG Aware MSCI USA é o maior ETF com foco em ESG, com US$ 25,3 bilhões em ativos. Um investidor, a Envestnet Asset Management, de Chicago, detinha quase 22% das ações do fundo no final de setembro.

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Esse nível de participação é diminuto em comparação com a Ilmarinen Mutual Pension Insurance, maior investidor da Finlândia. No final de setembro, a empresa controlava 61% do ETF iShares ESG MSCI USA Leaders de US$ 4,2 bilhões (Ticker: SUSL@US) e 64% do ETF Xtrackers MSCI USA ESG Leaders Equity de US$ 4,2 bilhões (Ticker: USSG@US). Em 30 de setembro, o Banco da Itália detinha 12% do SUSL e 18% do USSG.

Os ETFs proporcionam uma maneira direta de rastrear o MSCI USA ESG Leaders Index, e é por isso que “tomamos a decisão de investimento” quando os fundos foram abertos em 2019, disse Juha Venalainen, gerente sênior de carteira que supervisiona os investimentos de ETF na Ilmarinen, de Helsinque, que administra 58,4 bilhões de euros (US$ 66,3 bilhões). “Isso facilitou muito a gestão da nossa carteira”.

A dominância de algumas instituições indica o grande desafio do setor: para chegar ao próximo patamar, os ETFs de ESG precisam de uma base de investidores mais ampla. No momento, há poucos sinais de uma formação do tipo, de acordo com Eric Balchunas e Shaheen Contractor, analistas da Bloomberg Intelligence.

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Muitos ETFs de ESG alcançaram seu tamanho ao reunir “âncoras”, como o fundo de pensão finlandês e o Banco da Itália, antes de abrirem ao público. A abordagem “traga seus próprios ativos” – na qual o emissor do fundo injeta seus próprios recursos – é comum para grandes gerentes de ETFs como a BlackRock, e o SUSL é um excelente exemplo dessa estratégia, disse Balchunas.

A abordagem oposta é uma “campanha de base” para atrair uma gama maior de investidores individuais. O ETF Vanguard ESG US Stock, de US$ 5,9 bilhões (Ticker: ESGV), é um bom exemplo disso, explicou. a maior acionista do ESGV é a gestora do fundo, Vanguard Group, que detinha 5,1% de participação em 30 de setembro.

Como mais investidores detêm participação no ESGV, é muito mais fácil negociar. O volume médio diário de negociação do ESGV foi de quase 250 mil ações durante os últimos três meses, em comparação com menos de 85 mil ações do SUSL.

“Para os investidores, ter mais liquidez é sempre bom”, disse Balchunas.

O maior acionista individual detém entre 5% e 67% de cada um dos 25 “principais” ETFs com foco em ESG – a média ficou em cerca de 25%, ante 32% um ano antes, segundo pesquisa da Bloomberg Intelligence. A diminuição indica um ligeiro aumento da base de investidores, que agora inclui pequenos detentores, e a melhoria da abordagem de base das estratégias de ESG, relatou a Bloomberg Intelligence.

Mesmo assim, a média de 25% é alta. Para fins de perspectiva, nenhum acionista individual possui mais de 10% das três maiores empresas do Índice S&P 500 – Microsoft, Apple e Amazon.com. Isso inclui o fundador da Amazon, Jeffrey Bezos, que atualmente detêm cerca de 9,9% das ações em circulação da empresa.

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