Fundos soberanos aumentam foco em ESG

Movimentação se deve à mudança de postura das partes interessadas

70% dos entrevistados para a pesquisa com fundos soberanos afirmaram que esse é um dos setores mais atrativos
Por Alastair Marsh
21 de Novembro, 2021 | 08:14 AM

Bloomberg — Os fundos soberanos estão começando a levar as questões ambientais, sociais e de governança corporativa mais a sério – sinal de que alguns dos investidores mais influentes do mundo podem estar prontos para realocar suas robustas fortunas de maneiras mais sustentáveis.

Mais de 70% dos fundos soberanos pesquisados pelo Fórum Internacional de Fundos Soberanos (IFSWF, na sigla em inglês) e pelo grupo One Planet Sovereign Wealth Funds afirmaram que agora incorporam “contraprestações” ESG em seu processo de investimento – um ano antes, o percentual era de 24%, segundo relatório publicado na quinta feira (18). Ao mesmo tempo, 41% disseram que planejavam “aperfeiçoar” suas equipes de investimento em questões ESG, ao passo que 38% disseram que estavam expandindo ou criando uma equipe ESG dedicada.

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Os investimentos ESG passaram de um nicho para um mercado de US$ 35 trilhões; investidores de todos os tipos entraram na onda em meio à pressão de clientes, acionistas e reguladores para considerar a mudança climática e a justiça social. Os fundos soberanos (cuja maioria foi criada por petroestados) estão entre os que agem de maneira mais lenta, pois os governos que os supervisionam muitas vezes não estabelecem ordens de investimento mais sustentáveis.

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Duncan Bonfield, CEO do IFSWF, disse que o aumento na conscientização ESG entre os fundos soberanos é significativo devido à “clara mensagem que envia aos mercados de investimento e ao setor de gestão de ativos”. Os detentores de ativos “agora esperam que os gestores de ativos e as empresas estejam totalmente envolvidos na transição para um futuro sem carbono”.

Os fundos soberanos estão se tornando gradualmente mais sofisticados em sua abordagem à transição e à avaliação de riscos e oportunidades relacionadas ao clima. Pouco mais de um terço dos entrevistados na pesquisa calcularam a pegada de carbono de seus portfólios, em relação a 23% no ano passado, ao passo que 31% utilizam análises de cenários climáticos no presente, ante 17% em 2020.

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A pesquisa, com base em respostas de 34 fundos, mostrou que um dos principais motivos para a nova adoção de ESG – principalmente temas relacionados ao clima – é a redução da “oposição de partes interessadas”. Ao passo que 20% dos entrevistados em uma pesquisa de 2020 afirmaram que “um obstáculo substancial para a adoção de uma abordagem de investimento em ESG ou em mudanças climáticas foi que as partes interessadas não acreditavam que essas questões fossem importantes”, apenas 3% fizeram essa declaração este ano.

Para fundos soberanos que buscam investimentos ESG, a energia renovável é a área mais popular para investimentos – 70% dos entrevistados afirmaram que é “o setor relacionado ao clima mais atrativo”. Esses investimentos normalmente são feitos em private equity, ativos reais e classes de ativos de capital aberto, segundo o relatório.

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