Reino Unido é o primeiro a aprovar pílula da Merck para Covid

Medicamento molnupiravir foi autorizado para uso em pessoas com Covid leve a moderada e pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doença grave

Tratamento da Merck é mais eficaz quando administrado durante as fases iniciais da infecção
Por Frank Connelly
04 de Novembro, 2021 | 12:58 PM

Bloomberg — A agência reguladora britânica se tornou a primeira do mundo a aprovar a pílula antiviral para Covid-19 da Merck, descrevendo o tratamento como seguro e eficaz após uma rápida revisão.

O medicamento molnupiravir foi autorizado para uso em pessoas com Covid leve a moderada e pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doença grave, informou a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido, nesta quinta-feira (4).

O governo de Boris Johnson planeja se concentrar em tratamentos antivirais enquanto lança reforços para aumentar os níveis de imunidade conforme o inverno se aproxima. A aprovação se soma à liderança que o Reino Unido tem assumido na rapidez das autorizações relacionadas à Covid, depois que foi o primeiro país ocidental a dar sinal verde para a vacina da Pfizer e da BioNTech, no ano passado.

O Reino Unido já anunciou acordos para garantir dois novos tratamentos para Covid: 480 mil kits da pílula da Merck e 250 mil kits de outro antiviral produzido pela Pfizer. Com base nos dados dos ensaios clínicos, o tratamento da Merck é mais eficaz quando administrado durante as fases iniciais da infecção, anunciou a agência reguladora.

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As infecções por coronavírus na Inglaterra atingiram seu nível mais alto ainda em outubro, com base em um estudo publicado também hoje (4). Embora as internações e mortes tenham permanecido baixas, o estudo React-1 conduzido pelo Imperial College de Londres registrou a maior prevalência de casos desde o início da pesquisa em maio de 2020. As infecções por Covid entre os participantes do estudo aumentaram para 1,72%, ou uma em 58 pessoas, mais do que o dobro dos níveis reportados no relatório do mês anterior.

A Merck e seu parceiro Ridgeback Biotherapeutics buscaram autorização de uso de emergência nos Estados Unidos para o molnupiravir no mês passado. A FDA agendou uma audiência do comitê consultivo para 30 de novembro, dizendo que analisaria os dados sobre o uso da droga para tratar casos leves a moderados em adultos de alto risco.

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A Agência Europeia de Medicamentos iniciou uma revisão contínua do pedido de autorização de comercialização na União Europeia enviado pela empresa.

“Como terapêutica oral, o molnupiravir oferece um complemento importante às vacinas e medicamentos em uso até agora para combater a pandemia de Covid-19″, disse o Dr. Dean Y. Li, vice-presidente executivo e presidente dos Laboratórios de Pesquisa da Merck, em comunicado na quinta-feira (4).

O molnupiravir atua introduzindo erros no material genético viral até o ponto de extinguir o patógeno. Alguns especialistas questionam se o fármaco pode afetar o crescimento das células do corpo humano e como isso se daria, o que poderia aumentar potencialmente o risco de doenças congênitas, por exemplo.

Nicholas Kartsonis, vice-presidente sênior de pesquisa clínica para doenças infecciosas e vacinas do Merck Research Labs, declarou em uma entrevista no mês passado que ficou “muito impressionado” com o perfil de segurança do medicamento e que ele parece “realmente seguro”.

O molnupiravir foi aclamado como um avanço potencial, pois pode ser relativamente barato e fácil de produzir, não requer infusão e demonstrou redução no risco de hospitalização em um ensaio.

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