Hopi Hari anuncia acordo de R$ 2,8 bi com banco para reestruturação

Parque de diversões fala em pagar credores, expandir atrações, desenvolver terrenos e até comprar outras empresas do setor

Hopi Hari, maior parque de diversões do Brasil, consegue injeção de capital para pagar dívidas e sair da recuperação judicial
01 de Novembro, 2021 | 10:58 AM

São Paulo — O Grupo Hopi Hari anunciou, nesta segunda-feira (1º), que fechou um acordo para reestruturação, expansão e desenvolvimento do parque de diversões Hopi Hari, localizado em Vinhedo (interior de São Paulo). O negócio foi acertado com o banco americano de investimentos Whitehall & Company e prevê investimentos de até US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões).

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O anúncio do investimento ocorre após parques concorrentes (Beto Carrero World, Playcenter e Wet´n Wild) manifestarem interesse em comprar o Hopi Hari. Para concretizar o negócio com o Whitehall & Company, o Grupo Hopi Hari diz que aguarda apenas aprovação da assembleia de credores, a ser realizada nesta quarta-feira (3).

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O grupo administra as sociedades Hopi Hari S/A, HH Participações S/A e HH Parques Temáticos S/A (em recuperação judicial). Em comunicado, a companhia informa que o acordo com o Whitehall “trará maior tranquilidade financeira no cumprimento de seu plano de recuperação judicial e contemplará, ainda, o planejamento de novas atrações, ou seja, esse projeto não irá somente reestruturar as obrigações passadas com os credores, como também compreenderá a expansão das suas atrações, o desenvolvimento imobiliário dos seus terrenos, com novos lançamentos, e também o desenvolvimento de eventuais lançamento do parque em outras regiões do Brasil ou, ainda, a aquisição de outras empresas do segmento”.

O Whitehall, parceiro do Hopi Hari neste projeto, é o banco de investimento em ativos reais e que oferece investimentos diretos e administrados por investidores na América do Norte, América Latina e Caribe, cujos ativos combinados estão na casa dos trilhões de dólares e que possui experiência neste segmento, através do fundo Apollo Global Management´s, responsável pela administração e expansão do portfólio de hotéis e parques aquáticos Great Wolf Lodge, descreve o comunicado do Hopi Hari.

O grupo disse ainda que seu objetivo com o acordo é “a proteção de seus credores, através da continuidade de suas atividades – graças a união e força de sua equipe, geração de riquezas para pagamento de suas obrigações e a manutenção dos empregos ligados, direta e indiretamente, às suas atividades”.

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BNDES

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é um dos credores do Hopi Hari. O parque apresentou aditivo ao plano de recuperação judicial à Justiça em 2019 (processo que corre na 1ª Vara de Vinhedo). O aditivo proposto pelo parque contemplava todos os credores, inclusive o BNDES.

No último dia 24 de setembro, o juiz Fábio Marcelo Holanda, da 1ª Vara Cível de Vinhedo (SP), autorizou o Hopi Hari a realizar o pagamento da primeira parcela dos créditos trabalhistas, mesmo sem a aprovação de seu plano de recuperação judicial em assembleia.

Segundo a sentença, o entendimento do juiz é de que a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do parque, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.