Nos EUA, ETF brasileiro cai 2% e Petrobras recua 1,5% após debandada no Tesouro

Os papéis da Vale, que já tinham tido baixa de 3,8% no pregão regular, recuava mais 0,75% no aftermarket americano

Ministério da Economia perde quatro secretários da equipe do Tesouro Nacional
21 de Outubro, 2021 | 07:38 PM

Ativos brasileiros negociados no exterior seguem em forte baixa após o fechamento dos mercados no Brasil e o anúncio da saída do secretário especial do Ministério da Economia Bruno Funchal e outros três integrantes da equipe do Tesouro Nacional.

O EWZ, fundo de índice (ETF) que representa o Ibovespa em dólar, recuava 2,2% perto das 18h (19h em Brasília), negociado a US$ 29,45 a unidade.

Os ADRs (recidos de ações negociadas nos EUA) da Petrobras tinham baixa de 1,5% para US$ 9,90 no after market dos EUA, após terem derretido 5,94% nas negociações no horário regulamentar. Os papéis da Vale, que já tinham tido baixa de 3,8%, recuavam mais 0,75% no aftermarket dos EUA.

No início da noite desta quinta-feira, Bruno Funchal e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes. No total, foram quatro pedidos de demissão na renúncia coletiva do Tesouro. A secretária especial-adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também pediram exoneração de seus cargos, alegando razões pessoais.

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As exonerações no Tesouro vêm no mesmo dia em que o governo Jair Bolsonaro acertou uma mudança no teto de gastos que vai abrir um espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022, informou o Estado de S. Paulo, citando fontes com conhecimento do assunto.

Mais cedo, o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho, também pediu demissão do cargo. O pedido de Coelho ocorre logo depois de o presidente Jair Bolsonaro anunciar uma “ajuda” para caminhoneiros autônomos, como compensação pelos reajustes recentes no preço do diesel. O preço do diesel é uma tensão constante no governo, com protestos frequentes de caminhoneiros, uma das principais bases eleitorais de Bolsonaro.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.