‘Techfin’ Pismo levanta US$ 108 mi com Softbank, Amazon e Accel

EXCLUSIVO: Plataforma cresce com migração para nuvem de sistemas legados de tecnologia de serviços financeiros e de pagamentos

Juliana Motta, Ricardo Josua, Daniela Binatti, Marcelo Parise: migração para nuvem do emaranhado de sistemas legados
19 de Outubro, 2021 | 07:45 AM

São Paulo — A Pismo, uma plataforma brasileira de serviços financeiros na nuvem, anunciou hoje a captação de US$ 108 milhões para impulsionar sua expansão global e acelerar o desenvolvimento de tecnologias para serviços bancários, de pagamentos e de infraestrutura de mercado financeiro.

A rodada de investimentos série B foi liderada pelo SoftBank Latin America Fund, Amazon e Accel, mas também teve participações de B3, Falabella Ventures e PruVen, além dos investidores anteriores Headline e Redpoint ventures.

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Diferentemente da maioria das fintechs, a Pismo prefere ser identificada como uma “techfin” por ser uma empresa pura de tecnologia que presta serviços - plataform as a service (PaaS)- para o setor financeiro. A Pismo tem como clientes alguns dos maiores bancos, fintechs e redes de varejo da América Latina, incluindo Banco Itaú, BTG, Cora, N26 e Falabella.

A verticais de serviços, todos nativos na nuvem, são banking, pagamentos, infraestrutura de mercado financeiro e para marketplaces.

Fundada em 2016 por quatro empreendedores da área de tecnologia, a Pismo é referência no segmento por ajudar bancos e empresas financeiras a migrarem para a nuvem o chamado “legado” tecnológico - emaranhado de sistemas que, no caso brasileiro, remonta a sucessivas fusões e aquisições e dispositivos para atender exigências regulatórias.

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Com a migração para nuvem, os clientes resolvem diversos gaps resultantes da obsolescência dos tais sistemas legados, podendo lançar novos produtos e serviços rapidamente, incluindo a conexão com terceiros, além de escalar os sistemas conforme as necessidades de expansão, sem abrir mão de segurança e de disponibilidade. É um sistema próprio para lidar com open banking, pagamentos instantâneos e compartilhamento em geral de informações que apenas chegam ao Brasil e outros países.

Pelo sucesso na atualização dos legados, a Pismo foi levada a fazer o mesmo tipo de serviço com clientes internacionais e hoje atua também na Europa, América do Norte e Ásia.

“Os players e os talentos de tecnologia são todos globais, daí a necessidade de expandir internacionalmente”, disse Ricardo Joshua, CEO da empresa. “Possibilitamos que nossos clientes criassem alguns dos produtos mais inovadores do mercado financeiro. Estamos contratando mais de 200 engenheiros e profissionais de gerenciamento de produtos, vendas e gestão corporativa para liderar a transformação nos pagamentos e serviços bancários ao redor do mundo”, disse.

Segundo Joshua, a plataforma processa mais de 4 bilhões de chamadas de APIs por mês, sendo uma das maiores baseadas na nuvem do mundo. A Pismo hospeda mais de 25 milhões de contas que movimentam juntas US$ 3 bilhões por mês em transações.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.