Shappi levanta US$ 1 mi para facilitar compras nos EUA

Aplicativo ajuda consumidores do Equador a comprar produtos dos EUA sem precisar que alguém viaje para o exterior para trazê-los

O Shappi permite que equatorianos comprem produtos nos EUA, oferecendo um serviço de entrega internacional por meio de viajantes frequentes
Por Marcella McCarthy (Brasil)
18 de Outubro, 2021 | 08:00 AM

Miami — Se você, latino-americano, já viajou para os Estados Unidos, provavelmente recebeu uma lista enorme de produtos que sua família e seus amigos pediram para você comprar para eles. Se não conseguir comprar tudo na Amazon, pode ser muito difícil ir até uma loja física, sem mencionar o estresse de certificar-se de comprar o item correto.

É aí que entra a Shappi (antiga Kargoo). A startup sediada nos Estados Unidos que acabou de realizar uma rodada seed de US$ 1 milhão verifica os viajantes para que os equatorianos possam fazer compras nos EUA sem ter que sair do país. “Alugue o espaço em sua bagagem”, diz Karla Valdivieso, fundadora e CEO da Shappi.

“Já temos Uber, Airbnb, temos uma economia compartilhada, por que não compartilhamos mais este espaço?”, acrescentou.

A rodada foi liderada pela Sixers Innovation Lab e pela Concrete Rose Capital, com a participação do Lightspeed Scout Fund, da Iterative Venture e da Gaingels. Isso eleva o total arrecadado pela empresa até o momento para US$ 1,2 milhão.

PUBLICIDADE

A empresa, fundada em 2018 e com lançamento beta em 2019, agora tem 10 funcionários, mais de 20 mil usuários ativos e processou mais de US$ 3 milhões em solicitações de produtos.

Veja mais: Apple: Crise ‘sem fim’ de suprimento abate empresa mais valiosa do mundo

Ela opera na forma de aplicativo, no qual indivíduos podem fazer um pedido de um item e, então, recebê-lo quando um viajante retorna dos EUA. Os viajantes são verificados pela empresa e recebem um treinamento sobre os regulamentos alfandegários. Além disso, todos os regulamentos estão listados no aplicativo. A Shappi conecta consumidores com viajantes para não precisarem esperar até que um parente viaje.

PUBLICIDADE

“Talvez você só possa trazer de volta um número limitado de eletrônicos, mas você pode trazer um número ilimitado de vitaminas, por exemplo”, disse Valdivieso.

O consumidor paga uma taxa pelo serviço e é assim que os viajantes e a empresa ganham dinheiro.

“Em média, os viajantes ganham cerca de US$ 200 por viagem; o máximo que alguém ganhou foi cerca de US$ 600. Já é o suficiente para pagar pelas passagens”, afirmou Valdivieso.

Atualmente, a empresa opera apenas entre o Equador e os EUA, mas planeja usar o dinheiro desta rodada para se expandir para outros países da América Latina.

Histórico

Karla Valdivieso, fundadora e CEO da Shappidfd

Valdivieso é uma empreendedora que iniciou uma “fábrica de produtos” na qual ela e sua equipe fizeram pesquisas de mercado e criaram o plano de negócios para empreendedores que tiveram uma ideia para um produto.

Percebi que, na América Latina, as pessoas estavam criando aplicativos, mas não tinham uma estratégia de entrada no mercado e, definitivamente, não tinham ideia se as pessoas queriam esse produto”, disse. “Essa experiência me fez desejar ter uma startup própria, mas eu estava apenas esperando pelo momento certo”, acrescentou ela.

Veja mais: Aprende capta US$ 22 milhões e faz parceria com a Univision

PUBLICIDADE

Depois, ela abriu um negócio de varejo de café, mas não teve sucesso. Segundo ela, o mais difícil foi resolver a logística.

“Sempre tive interesse em logística, e a ideia da Shappi surgiu quando eu precisava comprar material para meu escritório no Equador, e percebi que fazia mais sentido ir até Miami e comprar as coisas que ir até o shopping e pagar quatro vezes mais por um computador”, afirmou Valdivieso.

Antes de viajar, ela publicou em seus perfis nas redes sociais que viajaria para Miami e que adoraria trazer produtos mediante o pagamento de uma taxa. Ela afirma terem reservado todo seu espaço num piscar de olhos. E esse foi o momento certo. No ano seguinte, ela viajou “para Miami seis vezes para validar o negócio”, disse.

“Pedir coisas do exterior é um comportamento antigo que está em nosso DNA, mas nunca houve uma plataforma para fazer isso”, conta Valdivieso.

Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.