Plano do México de usar fundos do FMI para dívida levará tempo

O governo tem realizado consultas informais e concluiu que adicionar fundos às reservas internacionais do banco central provavelmente não é melhor uso das injeções de liquidez global

Secretário de Fazenda disse que ainda não foi feito um pedido formal pelos fundos e não tem qualquer emissão de dívida específica para pagamento
Por Nacha Cattan
09 de Setembro, 2021 | 05:15 PM

Bloomberg — O plano do México de acessar US$ 12 bilhões do Fundo Monetário Internacional para pagar a dívida pública precisará de tempo antes de ser executado, disse em entrevista o secretário da Fazenda, Rogelio Ramírez de la O.

“É algo que precisa ser trabalhado com muito mais detalhes do que podemos dizer que fizemos até agora”, disse Ramírez por telefone.

Segundo Ramírez, a Secretaria da Fazenda não fez um pedido formal pelos fundos e não tem qualquer emissão de dívida específica para pagamento. O governo tem realizado consultas informais e concluiu que adicionar fundos às reservas internacionais do banco central, o que tem sido feito com as transferências do FMI, provavelmente não é melhor uso das injeções de liquidez global, disse o secretário.

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O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, tem prometido pagar dívidas com os chamados direitos especiais de saque do FMI, que são alocados aos países membros com base em sua participação no Fundo. O banco central do país diz que o México só pode usar esses fundos, que foram emitidos no mês passado como parte dos esforços para ajudar os países em meio à pandemia, se comprá-los do banco.

López Obrador disse na segunda-feira que um refinanciamento da dívida havia começado e destacou que deseja usar as reservas recém-emitidas do FMI para pagar a dívida, mas que não poderia fornecer mais detalhes. O porta-voz do presidente, Jesús Ramirez, disse à Bloomberg News que a dívida da Pemex é o objetivo do refinanciamento.

Na entrevista de quarta-feira, Ramírez também disse que as pressões inflacionárias são temporárias e impulsionadas principalmente pelos custos, e não pela alta demanda. Ele acrescentou que o preço do petróleo provavelmente, mas não definitivamente, ultrapassará os US$ 55,10 por barril projetados em sua proposta de orçamento para 2022, que foi apresentada ao Congresso na quarta-feira.

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