Gol promete emissão neutra de carbono em voos para Noronha

Aérea segue tendência da agenda ESG de compromisso com sustentabilidade, embora ainda não integre o ISE, indicador de empresas bem posicionadas no segmento

Ao comprarem os bilhetes para Noronha, passageiros da Gol terão o direito de resgatar com a MOSS o certificado de créditos de carbono já compensados relativos aos seus voos, com o acréscimo de um convite para, se for do interesse do cliente, comprar o MCO2 para neutralizar as demais rotas que compõem sua viagem
10 de Agosto, 2021 | 11:45 AM

São Paulo — A Gol prometeu, nesta terça-feira (10), que seus voos de ida e volta para a o arquipélago de Fernando de Noronha (PE) terão emissão neutra de carbono a partir do próximo dia 1º de setembro. Esse tipo de iniciativa é cada vez mais adotada pelas companhias em sua agenda ESG (sigla em inglês para melhores práticas ambientais, sociais e de governança), como anunciou, recentemente, o app de entregas iFood, que promete atingir emissão neutra de carbono até 2025.

O anúncio da Gol acontece no dia do aniversário de 518 anos do arquipélago. Apesar dessa iniciativa, a Gol não compõe a atual carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), o índice da B3 que busca ser o indicador do desempenho médio das empresas bem posicionadas na agenda ESG (Environmental, Social and Governance). Em janeiro de 2022, uma nova carteira do ISE será anunciada com uma nova metodologia de seleção das companhias.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Gol informa que sua atitude está “em total concordância com as boas práticas ambientais já implementadas de maneira precursora pelo Governo do Estado de Pernambuco e pela administração local em Fernando de Noronha”.

Segundo a empresa aérea, a iniciativa nasceu de uma parceria entre a GOL e a MOSS, uma das maiores plataformas ambientais de créditos de carbono do mundo, que doará aos clientes da companhia a compensação da pegada carbônica de suas viagens a Fernando Noronha, neutralizando as emissões totais de carbono tanto no trecho de ida, a partir de Recife, quanto no da volta para a capital pernambucana.

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Das emissões totais em Fernando de Noronha, mais da metade provem do transporte aéreo que serve à ilha, o principal meio de transporte, informou a Gol, que hoje opera um voo diário de ida e volta para o arquipélago, com a expectativa de retomar a oferta pré-pandemia assim que possível.

“Cada ida e volta ao arquipélago deixa uma pegada ambiental média de 14,18 toneladas de CO2e; em comparação, a cada 25 idas e voltas garantiremos um hectare de Floresta Amazônica preservada. Só no primeiro semestre de 2021, a GoL transportou 35 mil passageiros para Noronha - uma média de 5.830/mês -, além de 89 mil kg de cargas diversas e essenciais (dados da ANAC)”, detalhou a companhia.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.