Por que o novo smartphone da Huawei se tornou alvo de preocupação na Casa Branca

O Departamento de Comércio, que nos últimos anos anunciou várias restrições contra a empresa, abriu investigação sobre um suposto processador de 7 nanômetros no Mate 60 Pro

m chip Kirin 9000s fabricado na China pela Semiconductor Manufacturing International Corp. (SMIC), retirado de um smartphone Huawei Technologies Co. Mate 60 Pro
Por Bloomberg News
08 de Setembro, 2023 | 04:58 AM

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Bloomberg — A Huawei Technologies acrescentou nesta sexta-feira (8) um novo modelo top de linha à sua família de smartphones Mate 60. O Mate 60 Pro+, com promessa de entrega na China continental até 9 de outubro, será equipado com mensagens via satélite e mais memória do que o Mate 60 Pro.

Enquanto a empresa sediada em Shenzhen avança em sua independência tecnológica ante componentes que antes eram importados, os Estados Unidos iniciaram uma investigação oficial sobre o avançado chip fabricado na China que se encontra no mais recente smartphone da Huawei.

A medida do governo aquece o debate em Washington sobre a eficácia das sanções para conter um rival geopolítico. O Departamento de Comércio, que decretou uma série de restrições contra a Huawei e a indústria de chips da China nos últimos dois anos, disse que está trabalhando para obter mais informações sobre um “suposto” processador de 7 nanômetros descoberto no Mate 60 Pro.

O chip foi fabricado pela Semiconductor Manufacturing International Corp. da China, que, assim como a Huawei, está na “lista negra” dos EUA e não tem acesso à tecnologia americana.

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“Estamos trabalhando para obter mais informações sobre o caráter e a composição do suposto chip de 7 nm”, disse um porta-voz do Departamento de Comércio em um comunicado.

“Vamos ser claros: os controles de exportação são apenas uma ferramenta na caixa de ferramentas do governo dos EUA para lidar com as ameaças à segurança nacional apresentadas pela RPC. As restrições em vigor desde 2019 derrubaram a Huawei e a forçaram a se reinventar - a um custo substancial para o governo da RPC.”

A discreta revelação pela Huawei de um telefone celular que utiliza uma tecnologia que os EUA têm procurado manter fora das mãos de Pequim ameaça inviabilizar os recentes esforços de aproximação do governo Biden.

O telefone foi colocado à venda on-line enquanto a secretária de Comércio, Gina Raimondo, estava em uma viagem à China na semana passada, a última de uma série de visitas diplomáticas de alto nível a Pequim.

O debate agora gira em torno da possibilidade de que ele represente um fracasso dos esforços dos EUA - liderados pelo departamento de Raimondo - para restringir o setor de tecnologia da China, que Washington teme que lhe dê uma vantagem militar.

Isso também levantou questões sobre se os principais mecanismos dos EUA para fazer isso - controles sobre as exportações de materiais, ferramentas e conhecimentos importantes - precisam ser reforçados.

As ações de fabricantes chineses de equipamentos de semicondutores subiram até 20% depois que as notícias sobre a investigação dos EUA estimularam as apostas de que o setor terá maior apoio do Estado.

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Esse avanço foi liderado principalmente por empresas relacionadas a equipamentos de litografia - um elo fraco na cadeia de suprimento de chips da China e que Pequim está interessada em desenvolver. A Shanghai Electric Group Co., cujo acionista controlador tem uma participação importante na especialista em litografia Shanghai Micro Electronics Equipment Group Co.

Tecnologia do Mate 60 Pro

O smartphone Mate 60 Pro emprega uma proporção excepcionalmente alta de peças chinesas, além de seu processador principal, segundo revelou uma desmontagem em andamento realizada pela TechInsights para a Bloomberg News, em um sinal do progresso do país no desenvolvimento de recursos tecnológicos.

O Pro+ acrescenta uma opção de armazenamento máximo de 1 terabyte e 4 GB a mais de memória do que o modelo Pro, que é vendido a 6.999 yuans (US$ 952,56). As ações dos fornecedores da Huawei subiram até o limite diário de 10% nas bolsas chinesas depois que a última oferta chegou às lojas on-line.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que não faria comentários até que os EUA obtivessem mais informações. “Há uma série de métodos diferentes para tentar entender com o que exatamente estamos lidando aqui”, disse Sullivan a repórteres a bordo do Air Force One na quinta.

“Não posso lhe dar um número exato de dias, mas isso não será daqui a meses. Vamos querer analisar isso com cuidado, consultar nossos parceiros, ter uma noção mais clara do que estamos vendo e, então, tomaremos as decisões necessárias.”

Os novos dispositivos da Huawei estimularam uma onda de sentimento nacionalista nas mídias sociais chinesas, que os retrataram como um triunfo diante das sanções dos EUA.

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