Por que a Fiat decidiu não vender mais carros com a cor cinza (e prata)

Bloomberg Línea — As cores preferidas dos consumidores brasileiros para os carros são prata (e cinza), branco e preto, segundo diferentes pesquisas ao longo dos tempos. É uma preferência quase universal: dos Estados Unidos à Inglaterra e ao Japão, essas cores estão entre as mais procuradas na hora de comprar um automóvel. Mas, em uma aposta de marketing, a Fiat decidiu que não vai mais vender modelos nas cores cinza e prata.

A mudança se aplica em um primeiro momento, por enquanto, apenas para o mercado europeu.

“Essa escolha comunica ainda mais às pessoas os valores da nova Dolce Vita e do DNA italiano incorporado pela marca”, disse o CEO da Fiat, Olivier Francois, em comunicado nesta semana. O executivo italiano é também o CMO (executivo-chefe de Marketing) da Stellantis (STLA), o grupo automotivo que reúne a própria Fiat, as americanas Jeep e Chrysler, além das montadoras francesas Peugeot e Citröen.

A tradicional montadora italiana fez o anúncio no fim de junho com uma campanha gravada na cidade de Lerici, na Riviera Italiana, em que mergulha um modelo 600e elétrico de cor prata em um tanque com tinta laranja, para simbolizar a nova estratégia de marketing - o vídeo estava com 3,6 milhões de visualizações no YouTube até esta segunda-feira (3).

“Decidimos parar a produção de carros da Fiat cinza. Isso é desafiador e disruptivo [...] A Itália é o país das cores e, a partir de hoje, os carros da Fiat também”, afirmou Francois.

Atualmente a montadora italiana vende na Europa os modelos novo 500, 500 híbrido, 500X, Panda e Tipo, que passam ser comercializados em cores associadas a temas da Itália, como Gelato white, Sicilia orange, Paprika orange, Passione red, Italia blue, Venezia blue e Rugiada green e Cinema black.

No Brasil, as cores prata e cinza continuam a ser vendidas, segundo a Fiat. A montadora tem as duas picapes mais vendidas do país, a Strada e a Toro, além de dois modelos no top 10 na categoria de automóveis, o Argo (em sétimo) e o Mobi (em décimo), segundo dados de janeiro a maio da Fenabrave.

A estratégia é adotada em um momento em que as vendas estão em queda no mundo. No ano passado, a Fiat vendeu 1,17 milhão de unidades, segundo fontes de mercado, como a consultoria JATO Dynamics, com queda de 6,8% na comparação com o ano anterior - no mercado como um todo, houve retração de 4,6%. O Brasil é o maior mercado para a montadora italiana, com cerca de 20% do total.

- Matéria atualizada às 10h de 3 de julho, com os dados de venda da Fiat no mundo.

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