Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 11 de abril

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Bloomberg Línea — Os investidores reagem nesta quinta-feira (11) aos dados de inflação divulgados ontem nos Estados Unidos e no Brasil, enquanto ficam à procura de sinais sobre possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) e Banco Central (BC).

Ontem, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,16% em março, após avançar 0,83% em janeiro. Para economistas e analistas, o dado de março indica que o BC pode ter dificuldades para reduzir a Selic para um taxa de 9% em 2024.

Nos EUA, os traders estão indicando que o Fed cortará as taxas de juros apenas duas vezes neste ano, começando em setembro, após dados do CPI acima do esperado levarem os rendimentos dos títulos do Tesouro às máximas de 2024.

Hoje é publicado também o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA, bem como a decisão de política monetária na zona do euro.

Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (11):

1. Impacto do IPCA na Selic

Para economistas e analistas do mercado financeiro, o dado de março do IPCA indica que o BC pode ter dificuldades para reduzir a Selic para um taxa de 9% em 2024.

Segundo Claudia Moreno, economista do C6 Bank, a retração da inflação surpreendeu, mas a inflação de serviços subjacentes, que exclui os itens mais voláteis, e teve uma elevação forte no mês (0,45%), continua a ser um dos pontos de atenção.

“Ainda vemos a inflação de serviços muito pressionada pelo mercado de trabalho aquecido, o que representa um risco altista para os juros. Por esse motivo, vemos chances de a autoridade monetária não chegar a uma taxa terminal de juros de 9% neste ano”, diz ela.

A projeção do banco é que a Selic fique em 9,25% ao final de 2024 e em 8,50% ao final de 2025. Para a inflação, a expectativa é de um IPCA de 4,7% em 2024.

2. Juros na zona do euro

O Banco Central Europeu deverá manter as taxas de juros inalteradas por uma quinta reunião enquanto continua a preparar o terreno para cortes que devem começar em junho.

A taxa de depósito será mantida em 4%, o nível mais alto da história, nesta quinta, de acordo com uma pesquisa quase unânime de economistas da Bloomberg. Apenas um dos 62 entrevistados prevê uma redução de 0,25 ponto percentual.

Embora a inflação tenha recuado para perto da meta de 2%, os funcionários ainda não estão prontos para começar a reduzir a sequência de aumentos de taxas que promulgaram para conter os preços.

Funcionários da autoridade monetária, incluindo a presidente Christine Lagarde, indicaram que terão mais confiança — especialmente em relação ao crescimento dos salários — até meados do ano.

3. Mercados

A queda nos títulos globais continua nesta quinta-feira, à medida que os traders reduzem suas apostas em cortes nas taxas de juros, com a atenção voltada para o anúncio de política monetária do Banco Central Europeu.

Nos Estados Unidos, os rendimentos dos títulos do Tesouro subiram, com o de 10 anos atingindo 4,56%, após o índice de preços ao consumidor (CPI) ter superado as previsões pelo terceiro mês consecutivo no país.

Na bolsa, o índice Stoxx 600, da Europa, cedia cerca de 0,4% por volta das 8h30 (horário de Brasília) e a maioria dos setores operava no vermelho. Já os futuros dos EUA ampliam as perdas de quarta-feira em Wall Street, quando o S&P 500 caiu 1%.

Na China, o banco central intensificou o suporte ao yuan contra um dólar fortalecido, fixando a taxa de câmbio de referência diária em um nível recorde que superou as estimativas.