Ações globais operam em alta com expectativa de novo nome para o Fed sob Trump

“A discussão sobre nomear um presidente do Fed de forma antecipada vai pesar sobre os juros e o dólar”, disse Timothy Graf, chefe de estratégia macro para a EMEA da State Street Global Markets

NO RADAR DOS MERCADOS
26 de Junho, 2025 | 06:59 AM

Bloomberg — Os futuros dos EUA operam enquanto os rendimentos dos Treasuries recuaram nesta quinta-feira (26) diante de apostas de que os cortes nas taxas de juros dos EUA podem ocorrer antes do esperado.

O movimento ocorre após uma reportagem indicar que o presidente Donald Trump pode antecipar a nomeação do próximo presidente do Federal Reserve.

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Um índice da Bloomberg que mede o desempenho do dólar recuou 0,5%, atingindo o menor nível desde abril de 2022. Os rendimentos dos Treasuries caíram ao longo de toda a curva, com a taxa de 10 anos recuando um ponto-base, para 4,28%.

Os mercados estão precificando um corte acumulado de 63 pontos-base pelo Fed até o fim do ano, em comparação com 51 pontos-base na semana passada.

Os movimentos vieram após o Wall Street Journal informar que Trump pode anunciar o substituto de Jerome Powell já em setembro, uma nomeação incomumente antecipada, que poderia criar, na prática, um presidente paralelo do Fed com poder de influenciar o sentimento do mercado.

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Isso reforçou as expectativas de uma postura mais acomodatícia por parte do banco central, após diversas críticas de Trump a Powell por manter os juros elevados.

“A discussão sobre nomear um presidente do Fed de forma antecipada, e esse nome provavelmente sendo mais dovish, ou mais inclinado a fazer o que Trump deseja em termos de cortes de juros, vai pesar sobre os juros e o dólar”, disse Timothy Graf, chefe de estratégia macro para a EMEA da State Street Global Markets.

O S&P 500 deve retomar sua trajetória de alta rumo a um novo recorde histórico. Os futuros do índice de referência dos EUA subiam 0,3%, impulsionados pelo avanço das ações de tecnologia no pré-mercado, após resultados robustos da Micron Technology, que indicaram forte demanda por chips usados em cargas de trabalho de inteligência artificial.

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A Micron subia mais de 2%, enquanto a Nvidia caminhava para renovar sua máxima histórica, com alta de 1%.

“Os resultados da Micron provavelmente vão impulsionar o setor de tecnologia novamente, e quando o setor de tecnologia vai bem, tudo vai bem”, disse Pierre Alexis Dumont, diretor de investimentos da Sycomore Asset Management. “Nesse sentido, podemos alcançar um novo recorde hoje.”

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (26 de junho):

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- Congresso barra IOF maior. O Senado decidiu não aprovar o decreto do governo que eleva as alíquotas do IOF, poucas horas após a Câmara ter tomado a mesma decisão. Agora, o governo precisará encontrar alternativas para arrecadar ou economizar R$ 20,5 bilhões a fim de cumprir a meta fiscal de 2025.

- Mounjaro na índia. A Organização Central de Controle de Padrões de Medicamentos da Índia aprovou a comercialização do Mounjaro, da Eli Lilly, em formato de caneta para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, segundo comunicado da empresa divulgado nesta quinta-feira.

- H&M supera expectativas. A companhia divulgou lucro trimestral de 5,9 bilhões de coroas suecas (US$ 625 milhões), acima das expectativas. O resultado foi impulsionado pela demanda por roupas femininas e linha esportiva. A empresa projetou que sua margem bruta deve melhorar no segundo semestre.

Ações globais 26/06/25
🔘 As bolsas ontem (25/06): Dow Jones Industrials (-0,25%), S&P 500 (-0,01%), Nasdaq Composite (+0,31%), Stoxx 600 (-0,74%), Ibovespa (-1,02%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.