Bank of America vê queda de 10% das ações antes de novo rali em Wall Street

Estrategistas do banco americano esperam que o índice S&P 500 caia para os 3.600 pontos antes de subir 17%, para o patamar de 4.200 pontos

Banco de Wall Street espera queda de 10% das ações nos EUA antes de retomar rali
Por Farah Elbahrawy
13 de Janeiro, 2023 | 09:31 AM

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Bloomberg — As ações de Wall Street devem ter uma nova queda antes de se recuperarem no segundo semestre do ano, quando as condições econômicas se estabilizarem. É o que avaliam estrategistas do Bank of America (BAC).

De acordo com relatório, os investidores estão posicionados para que o índice S&P 500 caia quase 10%, para 3.600 pontos, antes de subir 17%, para o patamar de 4.200 pontos, escreveram estrategistas liderados por Michael Hartnett. Atualmente, o benchmark é negociado em torno dos 3.900 pontos.

Investir durante uma recessão econômica e de lucros das empresas “exige paciência”, disseram eles. O “trade de dor” durará até que um ponto baixo nas previsões de taxa do Federal Reserve, rendimentos e spreads de crédito sinalizem “picos Goldilocks” – descrevendo uma economia estável que não está nem muito aquecida, nem muito devagar.

As ações globais subiram no início deste ano em meio ao otimismo alimentado pela reabertura da China, pelo arrefecimento da inflação e pelas expectativas de que os bancos centrais adotarão uma abordagem menos agressiva ao aperto.

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Ainda assim, os estrategistas estão cada vez mais favorecendo as ações europeias e asiáticas em detrimento dos pares dos EUA em um cenário de taxas mais altas.

Hartnett disse que o desempenho superior das ações europeias em relação às dos EUA foi o “início de uma era” na semana passada, enquanto colegas do Goldman Sachs (GS) disseram que a recuperação das ações chinesas ainda tem mais espaço.

Estrategistas esperam que as ações globais superem as ações dos EUAdfd

Na semana até 11 de janeiro, os fundos de ações globais captaram US$ 7,2 bilhões, de acordo com o Citigroup (C), citando dados da EPFR Global. Fundos americanos e europeus tiveram US$ 2,6 bilhões e US$ 500 milhões em resgates, respectivamente.

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“Há motivos para os mercados verem o copo meio cheio sobre a inflação e descartar a retórica do banco central”, escreveu em nota Emmanuel Cau, estrategista do Barclays. “Mais sinais de moderação nas pressões de preços agora são visíveis nos serviços, não apenas na manufatura, e o mercado de trabalho também está mostrando algumas rachaduras.”

Dados mais recentes dos EUA mostraram que a inflação continuou a desacelerar em dezembro, aumentando a evidência de que as pressões de preços atingiram o pico e colocando o Federal Reserve no caminho certo para desacelerar novamente o ritmo de alta das taxas de juros.

O foco agora se volta para os lucros, já que os principais bancos dos EUA iniciam a temporada de resultados nesta sexta-feira (13). Os investidores examinarão as empresas para saber como elas enfrentaram inúmeros ventos contrários, incluindo taxas mais altas, preços elevados e demanda em desaceleração.

“As revisões de ganhos do S&P 500 apontam para um pouso forçado”, embora o mercado esteja precificando um pouso suave, escreveram estrategistas do Goldman Sachs liderados por David Kostin em nota na quinta-feira (12). Se não houver recessão, como a equipe espera, o crescimento do lucro por ação do S&P 500 ficará estável este ano, disseram eles.

-- Com a colaboração de Michael Msika.

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