Cautela toma conta do mercado após dados de emprego nos Estados Unidos

Relatório de contratações ficou acima da expectativa, mas investidores ainda acreditam que Fed possa manter aumento dos juros

Dados de emprego vieram acima da expectativa, mas investidores ainda esperam novas altas por parte do Fed
Por Andreea Papuc
05 de Junho, 2022 | 07:37 PM

Bloomberg — O mercado de ações deve começar a semana pressionado pelo relatório de emprego nos Estados Unidos, que acabou deixando a porta aberta para que o Federal Reserve mantenha uma postura assertiva em relação à inflação no país. Os mercados futuros iniciaram a semana em queda no Japão e Austrália. O S&P 500 recuou pela oitava semana em nove, enquanto as ações chinesas negociadas nos Estados Unidos caíram, o que pode aumentar a pressão sobre os negócios em Hong Kong.

Durante a segunda-feira na Ásia, o mercado viu o dólar ser negociado dentro de intervalos apertados. A libra reduziu os ganhos registrados no início dos negócios em meio aos riscos em torno de um voto de confiança na liderança do primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

O volta a ter as atenções do mercado. A Arábia Saudita reajustou os preços do barril para os países da Ásia acima do que era esperado. Além disso, o governo americano estava considerando permitir que um maior volume de petróleo sancionado do Irã entrasse no mercado internacional, como medida para suprir a queda no abastecimento da Rússia.

Na sexta-feira, o valor do petróleo bruto se aproximou de US$ 120 o barril e chegou à sexta semana consecutiva de ganhos. O movimento foi uma resposta do mercado ao aumento modesto na produção anunciado pela Opep+, durante uma reunião que não conseguiu amenizar as preocupações em relação à escassez na oferta.

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Na semana que começa, os operadores também acompanharão de perto os dados do relatório de preços ao consumidor dos Estados Unidos referentes ao mês de maio. O dado pode ser um indicativo para que o mercado avalie se a inflação americana chegou ao seu pico.

O relatório de contratações nos Estados Unidos em maio superou as expectativas do mercado. Com isso, os rendimentos dos títulos do tesouro americano e o dólar acabaram se fortalecendo na última sexta-feira.

Agora, o sentimento dos investidores é que um Fed mais restritivo possa levar a economia americana à recessão. O relatório de empregos reprimiu algumas preocupações de que a economia está desacelerando muito acentuadamente, mas também fortaleceu a visão de que o Fed continuará elevando as taxas para diminuir a inflação.

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A questão crítica para os mercados é se a inflação pode ser controlada pelos bancos centrais sem gerar uma recessão”, disse Shane Oliver, chefe de estratégia de investimentos e economista-chefe da AMP Capital, em nota. “As ações provavelmente terão volatilidade contínua de curto prazo, à medida que os bancos centrais continuam a se apertar para combater a inflação alta, a guerra na Ucrânia continua e os temores de recessão permanecem”.

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