Bitcoin chega ao ensino médio de escolas argentinas

ONG desenvolveu projeto-piloto para levar o conceito da criptomoeda a estudantes e professores de 40 instituições

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Por Gino Matos para Mercado Bitcoin

São Paulo — Em termos de adoção de criptomoedas na América Latina, a Argentina fica atrás somente da Venezuela. Os argentinos ocupam a décima posição no quesito adoção de moedas digitais globalmente, segundo relatório da Chainalysis. Quatro colocações à frente do Brasil. Mas uma iniciativa anunciada recentemente pode levar a Argentina para um patamar de maior destaque.

A ONG Bitcoin Argentina anunciou um programa, em parceria com a Built With Bitcoin, para ensinar aos estudantes a maior criptomoeda em valor de mercado. A princípio, o Projeto Escolas e Bitcoin, como o programa foi intitulado, será realizado com alunos do ensino médio de 40 escolas.

Desejo por inovação

Estudantes e professores mostraram grande interesse em aprender sobre Bitcoin em um projeto-piloto realizado previamente, conta Jimena Vallone. Ela é Coordenadora de Desenvolvimento Institucional da Bitcoin Argentina e responsável pelo Projeto Escolas e Bitcoin.

“Há um desejo por inovação, por saber o que está acontecendo com Bitcoin e blockchain, por treinamentos e aprendizado. Tudo isso foi o ponto inicial para começar a pensar no projeto, que começa com 40 escolas, mas esperamos ter um número maior. Ele foi elaborado para atender cada vez mais instituições educacionais, de características e regiões diversas”, acrescenta Jimena.

O desejo de Jimena parece estar se concretizando. Conta que o projeto terá duração até o fim de 2023 e já existem escolas, agências governamentais e companhias privadas querendo aprender mais sobre Bitcoin e blockchain. “Nosso objetivo com o Projeto Escolas e Bitcoin é atingir o maior número possível de províncias.”

A proposta é treinar jovens, professores e instituições. Assim, será possível um desenvolvimento de forma segura e consciente dentro de ambientes digitais e descentralizados.

Impulsionando a adoção

Nos últimos 22 anos, a Argentina passou por diferentes políticas de controle cambial, com limitações à troca de pesos argentinos por moedas estrangeiras. Uma nova política similar foi implementada no fim de 2019, restringindo as trocas de peso por dólar a US$ 200 mensais.Somada à desvalorização da moeda do país onde a inflação anual deve superar os 55%, os argentinos ficam à mercê do câmbio.

A saída encontrada foi usar criptomoedas, como Bitcoin e a stablecoin DAI, para proteger suas economias. “As finanças descentralizadas possuem benefícios e vantagens que vão além da situação macroeconômica de uma região, como a Argentina e a inflação. Independência financeira, por exemplo, é uma dessas vantagens. As finanças são inerentes à vida”, diz Jimena ressaltando a importância da iniciativa.

O mundo está passando por uma transformação econômica potencializada pelo Bitcoin, avalia a responsável pelo Projeto Escolas e Bitcoin. Por isso, é importante entender como são as transformações em termos de economia, valores e transações financeiras.

Oportunidades únicas na história do dinheiro estão sendo abertas por essa tecnologia, diz Jimena, e a Bitcoin Argentina acredita ser essencial contribuir com educação e treinamento da sociedade.

O Projeto Escolas e Bitcoin vai ensinar quase quatro mil adolescentes a utilizar melhor esses ativos digitais. “O conteúdo utilizado será variado, mudando a cada escola. A Argentina é um país diverso, por isso é necessário pensar em cada contexto na hora de introduzir o material.”

O que não muda em relação ao conteúdo, salienta Jimena, é sobre tecnologia. O caráter “transparente, aberto, inclusivo, rastreável e seguro” do Bitcoin será abordado em todas as escolas.

E no Brasil?

O tema das criptomoedas tem entrado no ambiente acadêmico brasileiro aos poucos. Não há, todavia, iniciativas semelhantes à proposta da ONG Bitcoin Argentina. O que pode ser apenas questão de tempo.

A ONG brasileira Gerando Falcões recebeu doações via leilão de NFTs realizados no fim de 2021. “A ideia foi criar uma série de NFTs com carros personalizados para a BMW e então surgiu a intenção de converter as criações em algo maior, que resultou no leilão das obras”, conta Gabriel Wickbold, autor das obras.

Apesar de não ter um módulo sobre o tema em sua iniciativa educacional Falcons University, a Gerando Falcões está atenta aos desenvolvimentos desse mercado. “Não existe no planejamento um módulo sobre economia digital, mas entendemos que se trata de um tema importante a ser debatido, e que deverá entrar na pauta de discussão nos próximos meses”, comenta Lucas Canosa, analista de comunicação da ONG.

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