Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
O aumento da aversão ao risco no mercado financeiro tem feito investidores na América Latina alcançarem níveis recorde de posição de caixa e de proteções na carteira.
Segundo levantamento do Bank of America com gestores de fundos de investimento em março, apenas 8% disseram estar tomando risco acima do normal, abaixo da média histórica da pesquisa, de 25%. O percentual é o menor desde o começo da pesquisa, em 2018.
O mesmo acontece com os níveis de caixa, que mostraram forte alta no levantamento deste mês, para um patamar de 7,7%, acima da média histórica da pesquisa, de 4,4%, e no maior patamar desde o início da pesquisa pesquisa “LatAm Fund Manager”.
Como destaques das posições overweight (acima da média do mercado) estão os setores de materiais, energia e finanças. Já entre as posições underweight (abaixo da média do mercado) dos gestores latinoamericanos estão empresas de consumo discricionário, industriais e do setor de telecomunicações.Ameaças ao portfólioEntre os principais riscos para a América Latina, os gestores citam o cenário político na região, eventos geopolíticos (guerra na Ucrânia), além de medidas na China e cenário para commodities.
✳️ Confira o que os 26 gestores entrevistados, com cerca de US$ 63 bilhões sob gestão, esperam para o mercado brasileiro.
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Na trilha dos Mercados
O Federal Reserve (Fed) será o grande protagonista do dia e investidores do mundo todo querem constatar se uma alta de 0,25 ponto percentual dos juros norte-americanos se confirma. É praticamente certo que o banco central dos Estados Unidos opte por elevar sua taxa de referência nesta proporção, criando um divisor de águas na luta contra a inflação, já que desde 2018 o Fed não eleva o custo do dinheiro.
O mercado projeta entre seis e sete aumentos de juros pelo Fed este ano, o que seria uma resposta mais enérgica para deter uma inflação que se tornou a maior em 40 anos. Como a situação global se agravou com a guerra deflagrada pela Rússia, é grande a busca por pistas que permitam aos investidores mensurar os impactos sobre a economia.
🆙 Esta manhã, tanto as bolsas europeias e os futuros de índices nos EUA subiam. Os mercados asiáticos deram sua contribuição ao movimento.
💫 Recuperação estelar
As ações em Hong Kong e na China tiveram uma impressionante recuperação depois que autoridades chinesas prometeram manter sua bolsa de valores estável em meio a um movimento histórico que apagou US$ 1,5 trilhão em valor durante as duas últimas sessões. Além de um novo lockdown na China, o mercado reagiu a especulações de que os laços de Pequim com a Rússia prejudicariam sua relação com os EUA. Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, o vice-primeiro-ministro chinês Liu He disse que os esforços para “retificar” as empresas de internet devem terminar em breve, o que aliviaria as tensões sobre o cerco do país ao setor.
⚠️ E sobre a guerra
Oficiais da Ucrânia e da Rússia estão prontos para nova rodada de conversas nesta quarta-feira, após um conselheiro importante do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy chamar as negociações de “difíceis”, mas afirmar que haveria espaço para concessões.
🇧🇷 Dia decisivo também no Brasil
A política monetária também é assunto de destaque no Brasil. O Comitê de Política Monetária (Copom) arbitra sobre a taxa de juros do país. Espera-se que siga com a mão pesada no aumento da Selic, uma reação à alta dos combustíveis e à aceleração maior que o previsto do IPCA de fevereiro.
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🟢 As bolsas ontem: Dow (+1,82%), S&P 500 (+2,14%), Nasdaq (+2,92%), Stoxx 600 (-0,28%), Ibovespa (-0,88%)
As bolsas norte-americanas se recuperaram de um mau começo de semana, depois que os preços do petróleo recuaram e ajudaram a impulsionar as ações ligadas ao setor de aviação, fortemente atingido pelo aumento dos preços dos combustíveis. A atenção dos mercados se dividiu entre o sucesso das negociações Rússia-Ucrânia e a reunião do Fed.
Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Decisão sobre juros pelo Fed, Relatório mensal da IEA, Pedidos de Hipotecas MBA/Semanal, Índice do Mercado Hipotecário, Vendas no Varejo/Fev, Estoques das Empresas/Jan, Estoques de Petróleo Bruto, Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA/Semanal, Produção de Gasolina
• Europa: Itália (IPC/Fev)
• Ásia: Japão (Utilização da Capacidade Instalada/Jan, Produção Industrial/Jan, Núcleo de Encomendas de Maquinaria/Jan)
• América Latina: Brasil (Decisão sobre juros pelo BCB, IGP-10/Mar, Crescimento do Setor de Serviços/Jan, Fluxo Cambial Estrangeiro)
• Bancos centrais: Pronunciamentos de Fabio Panetta e Frank Elderson (BCE)
📌 E para amanhã:
• EUA: Licenças de Construção/Fev; Construção de Novas Casas/Fev, Pedidos iniciais de Seguro-Desemprego; Produção Industrial/Fev; Utilização da Capacidade Instalada/Fev; Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia/Mar); Estoques de Gás Natural; Vendas da Indústria/Fev
• Europa: Zona do Euro (IPC/Fev); Alemanha (Licenciamento de Veículos/Fev); Espanha (Balança Comercial)
• Ásia: Japão (IPC/Fev)
• Bancos centrais: Decisão sobre taxas de juros do Bank of England (BoE, às 9h de Brasília) e do Bank of Japan (BoJ, às 23h30). Pronunciamentos de membros do BCE: Christine Lagarde (presidente), Elizabeth McCaul, Philip Lane (BCE), Isabel Schnabel, Ignazio Visco
• América Latina: Brasil (IBC-Br/Jan)
Destaques da Bloomberg Línea
• Magazine Luiza muda tarifa para parceiros após reportar prejuízo; veja como fica
• ‘Atalho’ na declaração do Imposto de Renda 2022 já está disponível
• China: Nem descontos atraem gestores para mercado de ações
• Games: Discord sonda bancos para possível abertura de capital
• Diferença salarial entre gêneros não muda há dois anos nos EUA
Também é importante

• Entenda por que seu churrasco está ficando cada vez mais caro. Comprar carne se transformou em uma tarefa árdua ao longo dos dois anos, que se intensificou no ano passado. E o motivo é que a demanda superou a oferta. O número de animais abatidos em 2021 foi o menor dos últimos 17 anos e o segundo ano consecutivo de queda na disponibilidade de animais para os frigoríficos.
• De cerveja a semicondutores: como uma guerra prolongada afeta a economia. Um conflito mais prolongado entre a Rússia e a Ucrânia atingiria em cheio a economia dos Estados Unidos como um todo, com todos os 50 estados do país afetados diretamente, de acordo com a Moody’s Analytics.
• Alívio? Petróleo em queda traz possível trégua a CEO da Petrobras. A queda nos preços do petróleo pode ter chegado em um momento certo para o CEO da Petrobras, que está sob intensa pressão política. O presidente Jair Bolsonaro culpou o CEO da estatal, Joaquim Silva e Luna, pelo baque nas bombas dos postos, alimentando especulações de que ele poderia perder o emprego após um aumento de 25% nos preços do diesel na semana passada.
• Quanto custa um Tesla em 2022? A Tesla aumentou os preços de todos os seus veículos depois que seu CEO, Elon Musk, disse que os custos das empresas que dirige estavam aumentando. O Model 3 mais barato nos Estados Unidos agora custa US$ 46.990, de acordo com o site da Tesla.
Opinião Bloomberg
O rali do preço do petróleo é ruim. A crise do diesel é muito pior
Winston Churchill se referiu à Rússia em 1939 como uma série de camadas: um enigma, envolto em um mistério, dentro de um enigma. Muito parecido com uma boneca matrioska. O mercado de petróleo de 2022 é um pouco semelhante: um mercado de petróleo apertado, envolvendo um mercado de matérias-primas de petróleo ainda mais escasso, encerrando um mercado de diesel em modo de crise.
Os benchmarks de petróleo Brent e WTI tendem a chamar a atenção dos mercados financeiros. No entanto, consumidores regulares – residências e empresas – não compram petróleo; eles compram produtos petrolíferos refinados, como diesel e gasolina. Agora, não há muito diesel para comprar.
Pra não ficar de fora

Os principais executivos de duas das maiores fabricantes de vacinas contra a covid-19 estão divididos quanto a necessidade de uma quarta dose para a maior parte da população mundial.
💉 O presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, disse em entrevista à CBS no domingo (13) que a proteção oferecida pelas três primeiras doses diminuirá e uma quarta dose é necessária “agora”.
💉 Contudo, em uma entrevista, o presidente da Moderna, Stephen Hoge, disse que uma segunda dose de reforço provavelmente só será necessária para pessoas idosas ou imunocomprometidas, e que o resto da população poderia ser mais seletiva quanto a receber a quarta dose, informou o Business Insider na segunda-feira (14).
🦠 Só uma coisa é certa: segundo os executivos, o vírus veio para ficar.