A explosão dos preços da comida em 2021

Também no Breakfast: Mercados retrocedem enquanto aguardam dados sobre emprego e inflação; Argentina sobe juros pela primeira vez em mais de um ano e Ambev cede pela oitava vez por queda na produção e suspensão de carnaval

Tempo de leitura: 3 minutos

Bom dia! Hoje é 7 de janeiro de 2022 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

O índice global de preços medido pela Food and Agriculture Organization (FAO) encerrou o ano no maior patamar em uma década. Na média, o indicador de preços fechou 2021 aos 125,7 pontos, resultado que representa um crescimento de 28,1% em comparação ao ano anterior. Foi a primeira vez desde 2014 que o indicador ficou acima dos 100 pontos.

  • No mês de dezembro, os preços dos alimentos subiram 23% frente ao mesmo período do ano anterior. 
  • Na comparação com novembro, no entanto, as cotações de dezembro declinaram 1% - a primeira queda em quatro meses. O declínio mensal do índice geral de preços em dezembro foi influenciado, principalmente, pelo recuo dos preços dos óleos vegetais e do açúcar, que caíram 3% em ambos os casos.

E por falar em preços, o clima no Brasil já começa a influenciar os preços da soja e do milho no mercado internacional. Na bolsa de Chicago, o contrato do milho com vencimento em março de 2022 já acumula uma alta de praticamente 3,5% em 30 dias. Ontem, o papel subiu mais 0,17% e terminou o dia valendo US$ 6,03 por bushel. No caso da soja, o contrato março caiu 1,7%, influenciado principalmente pelo mercado financeiro. Nos últimos 30 dias, no entanto, a valorização em Chicago já supera os 10%.

Preços atingiram o maior patamar da última década dfd

Na trilha dos Mercados

Dados macroeconômicos que deem pista sobre as próximas investidas de política monetária são os destaques de hoje nos mercados internacionais. O foco recairá sobre o relatório de empregos dos Estados Unidos em dezembro.Os investidores querem conhecer a proporção de americanos que retornam à força de trabalho e se os empregadores estão conseguindo preencher um número quase recorde de posições em aberto.

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É provável que o impacto da variante ômicron seja sentido apenas marginalmente, com mais chance de se refletir no relatório de janeiro – os analistas esperam um aumento de 447.000 empregos na folha de pagamento não-agrícola de dezembro, segundo a Bloomberg.

Os Estados Unidos enfrentam uma onda de pedidos de demissões, evidenciando a dificuldade dos empresários em reter empregados e levantando preocupações sobre uma inflação salarial.

Outro elemento a ser seguido de perto é o comportamento dos preços. Hoje, saem o índice de preços ao consumidor (IPC) da zona do euro em dezembro e as vendas ao varejo de novembro, peças essenciais para o quebra-cabeça dos mercados.

🔻 Nos primeiros negócios desta manhã, o movimento era de queda tanto nas bolsas da Europa quanto nos negócios com futuros de índices em Wall Street.

Um panorama dos mercados externosdfd

🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,47%), S&P 500 (-0,10%), Nasdaq (-0,13%), Stoxx 600 (-1,25%), Ibovespa (+0,55%)

Nos mercados acionários internacionais, os indicadores caíram em ambos os lados do Atlântico. Durante uma sessão volátil, os investidores ainda assimilavam o tom mais aguerrido na ata da reunião do Fed de dezembro, que insinuou a possibilidade de que as taxas de juros da política poderiam ser aumentadas “mais cedo ou em um ritmo mais rápido” do que a autoridade monetária havia indicado inicialmente.

No radar

  • Raphael Bostic e Mary Daly, do Fed, discursam em eventos
  • Produção industrial na Alemanha e na França, IPC flash de dezembro na zona euro, vendas ao varejo na zona do euro (novembro)
  • Taxa de desemprego nos EUA, salário médio por hora, crédito ao consumo (novembro) norte-americano

Sábado, 8

  • Isabel Schnabel, do conselho executivo do BCE, participa de um evento

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

  • Argentina sobe juros pela primeira vez em mais de um ano: O banco central elevou a taxa Leliq de 38% para 40%, o nível que havia permanecido por mais de um ano, mesmo com a inflação anual em torno de 50%. Autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) vê pressionando a Argentina para implementar uma política monetária “apropriada” ao contexto inflacionário do país.
  • Peru eleva taxa básica para 3% e sinaliza mais aperto nos juros: Foi o sexto mês consecutivo de alta, em resposta à pressão inflacionária decorrente da forte recuperação econômica após a pandemia. O banco central aumentou sua taxa básica de juros em meio ponto percentual, em linha com as previsões de cinco dos sete analistas consultados pela Bloomberg.
  • Ambev cede em meio à queda na produção e suspensão de carnaval: As ações da cervejaria Ambev (ABEV3) caíram pela oitava sessão em São Paulo na quinta-feira (6), a mais longa sequência de baixas desde junho passado, em meio a dados que mostram queda na produção e com vários anúncios de suspensão de carnavais de rua em cidades do país para conter a propagação de Covid-19.
  • Seca trazida por La Niña impede safra recorde de soja no Brasil: Maior produtor e exportador mundial de soja, o Brasil não entregará uma safra recorde neste ano. Analistas cortaram projeções para a produção da oleaginosa no País devido à seca persistente e ao calor que causaram perdas nas plantações da região Sul.

Opinião Bloomberg

Quem realmente sai perdendo com a paralisação de professores são as crianças

Nos Estados Unidos, as crianças em idade escolar sofreram danos terríveis durante a pandemia – as mais afetadas foram as crianças pobres das comunidades negra e latina. Dados de todo o país tornam esse fato dolorosamente claro. E infelizmente, a situação está prestes a piorar. A decisão dos professores de Chicago de abandonar seus alunos e se recusar a voltar para as salas de aula é uma abdicação perturbadora do dever que deveria ser recebida com indignação pública – e oposição nacional à sua disseminação.

Pra não ficar de fora

Barahona oferece uma aula na qual compartilha os truques para levantar capitaldfd

Muitas grandes startups falham antes do tempo porque ficam sem dinheiro e não conseguem levantar capital. E muitas outras sem muita tração – ou até nenhuma – conseguem levantar milhões de dólares e comprar seu sucesso.

Então qual é o truque?

“Há uma lacuna educacional na indústria de capital de risco na América Latina”, disse Claudio Barahona, sócio-gerente da Alaya Capital e criador da CómoLevantarCapital, uma escola on-line que ensina empreendedores a levantar fundos na América Latina. As aulas são ministradas em espanhol.

A escola oferece pelo menos uma aula gratuita, mas o curso mais completo custa cerca de US$ 200, com 10 horas de aula. As lições incluem como preparar uma proposta de venda, quais documentos ter prontos antes de entrar em contato com um investidor e até mesmo como escrever um e-mail para empresas como Sequoia e Andreessen Horowitz, os famosos VCs do Vale do Silício.

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