Golpe na Guiné aumenta pressão em mercado de alumínio

País é grande fornecedor de bauxita, matéria-prima necessária para a fabricação do alumínio, e responde por mais da metade das importações da China

La industria Pyme comienza un camino de recuperación
Por Bloomberg News
06 de Setembro, 2021 | 10:08 AM

Bloomberg — Um golpe militar na Guiné-Conacri levou o alumínio à maior cotação em mais de uma década em meio à produção global limitada e demanda em alta.

Os preços do alumínio subiram em Londres e Xangai, movimento que foi seguido pelas ações de produtoras: os papéis da líder do setor, a Aluminum Corp. of China, ou Chalco, avançaram até 10%, enquanto a United Co. Rusal registrou ganho de 15%. A Guiné é um grande fornecedor de bauxita, matéria-prima necessária para a fabricação do alumínio, e responde por mais da metade das importações da China.

Uma unidade militar assumiu o poder da Guiné no domingo e suspendeu a Constituição. O chefe das Forças Especiais, o coronel Mamady Doumbouya, pediu o apoio do Exército. Embora a turbulência aumente a possibilidade de cortes da oferta, até agora não há sinais de que carregamentos ou minas tenham sido afetados. A Chalco, que tem um projeto de bauxita na Guiné, disse que todas as suas operações estão normais e que possui amplos estoques de bauxita nas usinas da China.

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Impulsionado pela recuperação da demanda e da atividade econômica, o alumínio já acumulava alta de cerca de 38% este ano em Londres antes do golpe. Ao mesmo tempo, fundições na China buscam manter o nível de produção durante a crise sazonal de energia e medidas do governo de Pequim para controlar as emissões de carbono do país.

O fundador da Rusal, Oleg Deripaska, alertou que o mercado “pode ser seriamente abalado” pela situação, mas operadores ainda esperam mais pistas sobre possíveis cortes de oferta.

O mercado de bauxita registra superávit há anos, e qualquer interrupção precisaria ser grave para alterar essa dinâmica, segundo Michael Widmer, chefe de pesquisa de metais do Bank of America Merrill Lynch.

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Em entrevista por telefone de Londres, Widmer disse que aposta em alta do alumínio, “mas por razões diferentes”. “Dito isso, se você tiver problemas em um país que fornece 20% da bauxita para o mercado global, então claramente será um problema.”

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Na Bolsa de Metais de Londres, os preços chegaram a subir 1,8%, para US$ 2.775,50 a tonelada, o maior nível desde maio de 2011, e eram negociados a US$ 2.756,50 às 10:34 no horário local. Na China, os futuros chegaram a mostrar ganho de 3,4% para a maior cotação desde 2006, mas reduziram a alta para 2,2%.

Investidores também estão atentos aos cortes da produção na província chinesa de Guangxi, o que aperta ainda mais o mercado, disse Xiong Hui, analista-chefe de alumínio da Beijing Antaike Information Development.

A indústria de alumínio, que consome muita energia, está sob crescente escrutínio como parte da campanha do governo chinês para reduzir a poluição. A China produz cerca de 60% do total mundial. A possibilidade de redução da produção levou algumas das maiores fundições chinesas a prometerem que a oferta será garantida, e reservas estatais devem liberar o metal para diminuir o impacto.

A China depende cada vez mais das importações, algo atípico que tem encolhido os estoques globais de alumínio.

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