Mercado de petróleo busca conter queda depois de preço no menor nível em 3 anos

Preços sobem nesta segunda-feira antes da divulgação de relatórios mensais da Opep, de agência federal dos EUA e da Agência Internacional de Energia com perspectivas de demanda

Países produtores de petróleo estão mais preocupados com os níveis de demanda
Por Alex Longley - Jake Lloyd-Smith
09 de Setembro, 2024 | 09:38 AM

Bloomberg — Os futuros do petróleo subiram de seu preço de fechamento mais baixo desde 2021 nesta manhã de segunda-feira (9), em recuperação parcial do profundo declínio da semana passada. O foco de investidores e traders passou a ser os principais relatórios sobre as perspectivas do mercado.

O Brent subiu para US$ 72 por barril, depois de perder quase 10% na semana passada, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) foi negociado acima de US$ 68.

A recente queda do petróleo foi impulsionada por sinais crescentes de desaceleração nos Estados Unidos e na China, o que coloca em risco a demanda em um momento de oferta abundante.

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Em uma importante conferência sobre petróleo na Ásia, nesta segunda-feira, os principais negociadores globais adotaram uma postura cautelosa. O Trafigura Group disse que o petróleo do tipo Brent provavelmente entrará na casa dos US$ 60 em breve, e o Gunvor Group disse ver a oferta superando a demanda.

Enquanto isso, o Morgan Stanley cortou suas previsões pela segunda vez em questão de semanas e traders agora têm apostas recordes na baixa dos preços do petróleo.

Mercado de futuros do Brent tenta se recuperar de sequência de queda nas cotações nas últimas semanas

Os traders terão muitas informações sobre o mercado nesta semana, já que três importantes fontes - a Opep, a Energy Information Administration, dos Estados Unidos, e a Agência Internacional de Energia (AIE) - publicam seus respectivos relatórios de perspectivas mensais.

O preço do petróleo caiu nas últimas três semanas, à medida que o clima mais amplo do mercado se tornou mais pessimista, juntando-se a outras commodities e ações em uma ampla venda que assustou investidores.

Também houve uma fraqueza generalizada nos mercados de produtos derivados, o que incluiu a gasolina dos EUA e o diesel europeu. A fraqueza fez com que a Opep+ adiasse por dois meses um plano para relaxar as restrições de fornecimento.

Mercado físicos vs. futuros

“No petróleo, o quadro físico fundamental ainda está intacto, e os estoques estão diminuindo”, disse Jeff Currie, diretor de estratégia de Energy Pathways do Carlyle Group, em uma entrevista à Bloomberg TV. “O mercado financeiro, entretanto, é onde está a baixa e está negociando a perspectiva futura, não hoje.”

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O ganho deste início da semana ocorreu apesar da decisão da Arábia Saudita de cortar os preços de seu principal tipo de petróleo para seu principal mercado na Ásia no próximo mês, o que reflete a perspectiva de demanda fraca mais adiante.

A gigante estatal Saudi Aramco, da Arábia Saudita, reduziu o preço oficial de venda do Arab Light para compradores na Ásia em 70 centavos, para US$ 1,30 por barril, em relação à referência regional, de acordo com uma lista de preços vista pela Bloomberg.

As preocupações com o clima também surgiram, o que apresenta riscos potenciais ao fornecimento. A previsão é a de que tempestades no Golfo do México se transformem em um furacão no início desta semana, o que poderia ameaçar a produção de petróleo e gás natural em alto-mar, interromper a produção e forçar a evacuação de equipes dos locais afetados.

- Com a colaboração de Francine Lacqua.

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